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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
Já não os consigo ouvir, os teóricos do conflito na Ucrânia. Falam da guerra em directo com discursos moles, técnicos, geoestratégicos, pouco inovadores, plenos de desesperança e, quantas vezes, tendenciosos.
E por lá, o povo resiste, sofre e morre. As cidades ficam reduzidas a escombros.
Chegam os teóricos às TV´s e comentam "aquilo" como se fosse um jogo de futebol em que um está a jogar melhor do que o outro. Uma conversa desumanizada, cruel, leviana. Parecem esquecer que quem inicia a puta da guerra são homens sem escrúpulos, de racionalidade duvidosa e sempre longe dela; e quem sofre, não a começou, não a quer.
O imperialismo, expansionismo, megalomania unipessoal, hostilidade à democracia e às liberdade, medo da autodeterminação sempre foram prejudiciais ao mundo. Às pessoas.
Nós, cidadãos democratas e que entendemos o mundo como um lugar plural e comum, respeitando as nacionalidades, queremos lá saber da geoestratégia! Queremos lá saber da NATO ou do defunto, mas que alguém quer ressuscitar, Pacto de Varsóvia, dos caprichos do Putin e da América, de Israel, da China, dos negociantes de armas, dos traficantes de ódio, dos advogados do diabo. Interessam-nos sim, todos os povos e que possamos viver tranquilamente no país que escolhermos. E esses crápulas, assassinos e gananciosos, não deixam. Não querem o mundo em Paz! Quem faz a guerra, mesmo perdendo, ganha com ela.
Esta invasão da Ucrânia, como outras levadas a cabo pela Rússia e pelos Estados Unidos, é inexplicável! Podem ir buscar todos os livros de história, as teorias verdadeiras, imaginadas ou por imaginar. Podem reescrever essa história, cada um do modo que lhe convier. Jamais explicarão esta atrocidade. Passa-nos à frente dos olhos todos os dias. De manhã à noite.
Esta invasão atropela tudo o que é lei e bom senso. Obra de bandidos, de assassinos. Gente com atrofia mental - como Hitler - que mata civis, tenta retirar referências a um país com o surreal e mórbido fundamento de que o quer desnazificar.
Não sei como se pára esta carnificina. Nunca devia ter começado, isso sim. E agora?
Como sempre, os principais prejudicados são os "servos". Os que sustentam e apoiam os milionários e poderosos dominadores da política mundial. Os chefes que transformam os seus Estados em máquinas de matar.
Parafraseando José Milhazes quando traduziu o que diziam os jovens num concerto na Rússia, eu também quero "que a guerra vá para o caralho". Mas acrescento, que vão consigo todos os ditadores, populistas, autocratas e expansionanistas que estiverem no caminho.
E os donos da China já vão afiando os dentes para dar uma mordidela na Formosa.
Viva o Povo, a única vítima das guerras!
( Créditos foto: "Expresso")
Nada surpreendentes as palavras de Lula da Silva à Time, no que concerne à invasão da Ucrânia. É mais um para juntar ao "ramalhete" já nosso bem conhecido dos putinistas. Ainda faltam alguns, mas este estava a tardar. Já se alinhou. Pronto!
Que não gosta dos Estados Unidos, toda a gente sabe. Por consequência, também da NATO. Pela União Europeia, nunca morreu de amores. Prefere acompanhar os países fascistas ( alguns dizem que são comunistas), os que censuram as liberdades essenciais, que prendem pessoas em campos de concentração por pensarem diferente. Afinal, não está tão longe da ideologia do seu adversário Bolsonaro, também este Putinista assumido. Fantástica união de extremos! Pobre povo brasileiro se tiver só estas duas opções de voto.
Os comunistas lutaram contra o fascismo, é verdade, ninguém o pode negar. E fizeram-no com violência, armas na mão, guerrilha, sabotagem. Com danos laterais para muita gente inocente. Defenderam, teoricamente, as liberdades. Mas, ao fim e ao cabo, são incapazes, os seus apoios demonstram-no bem, de viver em sociedades livres e democráticas. Aquela ideia peregrina da ditadura do proletariado ( uma tragédia para qualquer povo que tenha a infelicidade de a sentir na pele) não lhes sai da alma, do coração e da cabeça . E provoca cegueira, sectarismo, incapacidade de ver à volta. Discernimento político.
"Uma guerra tem dois lados e ambos são responsáveis", disse Lula à Time; tem, de facto, dois lados. Mas nem sempre dois culpados. A 2ª Guerra Mundial só teve um culpado: Adolf Hitler. E este conflito, na Ucrânia, não é guerra. Ninguém a declarou! O que é , então? Uma invasão sangrenta de Putin! Uma manobra colonialista, expansionista de um fascista em estado puro. Como podia um antigo activista do KGB ser capaz de promover paz, liberdade e democracia.
Negociar com Putin, quem lê a entrevista do candidato às eleições brasileiras, parece algo simples e fácil. Não faltaram tentativas. Mas todos sabemos que é quase impossível manter o diálogo com um extremista autocrático e egocêntrico. E se sofrer de loucura, mais complicado se torna. Todos os que tentaram , falharam. Todos os que continuam a tentar, nada conseguem.
Mas Lula acha que Zelensky devia dialogar mais e aceitar as propostas de Putin. Assim, seria fácil. Zelensky entregava o seu povo e o seu teritório ao ditador russo e pronto, a guerra não existia. Felizmente o presidente ucraniano não é um cobarde medroso como são os ditadores. E defende o seu país e os cidadãos! Defende-se, é importante frisar, pois não declarou guerra à Rússia, nem anda neste país a ocupar territórios, matar e violar. Há diferenças! E muito grandes. Mas que o sectário Lula, aliado dos ditadores, não consegue enxergar.
Estes demagogos extremistas entendem que Putin pode invadir um país soberano. O que não aceitam é que o povo ucraniano se defenda. Mandam-no ceder a todos os caprichos da potência agressora.
Falta a imprescindível palavra de apoio por parte de Maduro, Miguel Diaz-Canal, Kim Jong, das ditaduras latino-americanas e africanas. A Síria e o Egipto já deram a benção. A China, dita comunista, será "nin" enquanto lhe convier. É com estes "democratas populares" que se juntam os do PCP e Lula da Silva.
" Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és..."
A Organização das Nações Unidas, fundada no final da 2ª Guerra Mundial para fomentar a cooperação entre as Nações, está estatutariamente desactualizada. O que não surpreende face às mudanças políticas, sociais e geoestratégicas desde a sua criação até agora. Se dúvidas houvesse, esta invasão, promovida pela Rússia, esclarece-as todas.
António Guterres, pacifista e, por consequência, humanista, por mais que se esforce, e esforça-se!, na mediação do conflito, nada vai conseguir. O secretário- geral pretende o mesmo que toda a gente de bom-senso: o fim imediato do cessar fogo. Tarefa inglória. Para Guterres ou para qualquer outro mediador. Até para os corredores humanitários há imensas dificuldades. A Rússia, simplesmente, boicota. Putin sabe bem o que quer e não pára enquanto não o conseguir. Por seu lado, os ucranianos, defendem o país e não se vão render. Preferem morrer. Um nó górdio, portanto!
Negociar seria possível se António Guterres pudesse, sim, pudesse!, mediar. Mas não é possível, depois do veto da Rússia às deliberações do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O secretário geral é, neste momento, um refém e não negociador.
Pode por-se em causa o papel da ONU e se faz sentido a sua existência face a este conflito. Parece que a sua organização interna caducou. Os 5 membros permanentes do Conselho de Segurança com poder de veto são a Rússia, China, os Estados Unidos, França e Reino Unido. O que esperar desta dinâmica? Nada. Faliu. Como podem estados agressores ter direito a vetar as suas próprias ações? Inadmissível! Os países que possuem as armas nucleares mais evoluídas( que se saiba!) pertencem a este lote: Rússia, Estados Unidos e França. Guterres é um refém. E o resto do mundo também.
Tudo isto tem de alterar-se. É indubitável. Por que via é que constituí a dúvida. Negociar, é cada vez mais difícil. Resta o belicismo. A agressão. A subserviência dos pequenos aos grandes. v Gradualmente, os extremos políticos crescem e as soluções para os problemas graves vão afunilando. Estaremos a chegar ao fim de um ciclo?
António Guterres a visitar Bucha. A sua expressão diz tudo.
Fico sempre atónito quando ouço e vejo mulheres e homens jovens defenderem posições pouco compatíveis com a idade biológica e desfasadas dos tempos e das realidades. A líder parlamentar do PCP é um destes casos. Ao vê-la ler o discurso sobre a ausência dos deputados comunistas quando Zelensky intervier no Parlamento, ao vê-la, digo bem, fico com mais dúvidas do que certezas.
Não consigo acreditar que a deputada crê naquilo que refere. A sua imagem revela mal-estar, intranquilidade, pouca convicção. E o caso não é para menos.
Faz-me confusão uma mulher jovem, culta e esclarecida embarcar na propaganda estalinista que o PCP teima em não largar. Pelo menos, desde a invasão da Checoslováquia até hoje, a Rússia (quer sob a forma de URSS ou Federação Russa) é uma das principais potências a intervir negativamente em terra alheia.
Há nazis na Ucrânia? Haverá, com certeza . Como os há cá, na Hungria, na Polónia, no Brasil, na América e...na Rússia. Infelizmente, em todo o mundo. Não é com um ataque em massa contra pessoas e edifícios, reduzindo tudo a cinzas, que vai anular esses movimentos daninhos e anacrónicos.
O Esquadrão Azov é uma força paramilitar nociva? Acredito que seja. Como os esquadrões de mercenários tchechenos, Wagner ou outros a actuar na Ucrânia e apoiados pela Rússia. O problema do Azov é que defende a Ucrânia e isso Putin não perdoa. Está lá a Rússia preocupada com os 60 ucranianos que o Azov assassinou! Matar civis é lá coisa que incomode Putin! Nota-se!
Nas lideranças mais profundas do PCP, onde abunda gente mais velha, dos sindicatos, por exemplo, não surpreende a construção desta retórica reaccionária, profundamente sectária, ainda saudosa dos tempos áureos da União Soviética. Gente que acredita ter sido uma tragédia a queda do império. Desses não surpreende o discurso estalinista. Já nos habituou e nem ligamos. Mas de gente com pouco mais de 30 anos! Inimaginável! Fosse Jerónimo de Sousa a ler "aquilo" e encarava com toda a normalidade. Mas uma jovem?!
Esta invasão da Ucrânia fez com que a máscara democrática do PCP caísse. Afinal, não repudiar o expansionismo e imperialismo de uma nação capitalista, autocrática e fascista como é a Rússia de Putin, mostra com clareza o que seria de um país governado pelo PCP. Coitado do Povo!
Como é que um partido orgulhoso de um passado antifascista, foi realmente, não se sente incomodada por estar a promover a propaganda de um pais, cujo ministro da educação afirma (fonte: CNN inernacional) a criação de uma disciplina escolar denominada Educação Patriótica, de frequência obrigatória a partir dos 7 anos. Cujo objectivo fundamental é impedir o pensamento de que a Rússia alguma vez tratou mal as outras nações. No fundo, reescrever a História, tão ao gosto dos ditadores. São atitudes destas, mais uma de índole totalitária, que o PCP branqueia. Ai se fosse na América!
Os jovens progressistas só podem censurar países que se opõem à liberdade. Às liberdades políticas e sociais. E opor-se com veemência a qualquer tentativa expansionista. Invadir uma nação independente devia ser de imadiato condenado por qualquer pessoa progressista. Principalmente, os jovens, que, na sua maioria, já não se reveem nas ideologias de outro tempo.
O PCP faz exactamente o contrário. Ataca e condena tudo o que vem da União Europeia ou dos Estados Unidos. Mesmo num momento trágico para o povo ucraniano, não vacila na pose estalinista. Mas teme criticar os fascista da Rússia, da Coreia do Norte, da Venezuela, ou da China. Pactua com o golpe chinês e russo para dominar as sociedades com uma ditadura férrrea. O trajecto já foi iniciado por Putin.
Não acredito que a deputada Paula Santos acredite no discurso que lhe entregaram. Não é possível uma mulher jovem tomar aquela posição.
Tal como não acredito que a maioria dos jovens do PCP, maioria, não todos, embarque nas patranhas de Putin e que o partido tão afanosamente difunde.
Só para esclarecer, não sou anticomunista primário. Sou democrata, defendo o pluripartidarismo. Sou progressista. E tenho a esperança de que os jovens sejam capazes de mudar, para melhor, a sociedade, já que a minha geração fez um trabalho censurável. E, por isso, lamento profundamente que a deputada Paula Santos, sendo jovem, leia um discurso de velha utópica ocidental do tempo da Cortina de Ferro.
Acreditei na maioria do povo anónimo alemão quando, no final da Segunda Guerra Mundial, afirmou desconhecer, em pormenor, o que se passava nos Campos de Concentração, tal como noutras atrocidades que os nazis cometeram. O nazismo foi uma ideologia assassina e uma parte substancial dos alemães, mesmo os que apoiavam Hitler, não era por questões ideológicas, mas na esperança de que alguém - um salvador da pátria - os livrasse da crise em que estavam atolados. Os que professavam a ideologia execrável estavam bem identificados. A censura férrea e a propaganda assertiva, transformava os alemães comuns em ignorantes.
Agora, também acredito que grande parte do povo russo não saiba, com exactidão, os crimes praticados pelos oficiais e soldados de Putin na Ucrânia. Com excepção para as mães dos militares que vão tombando nas batalhas. E mesmo destas, tenho algumas reservas. A propaganda pode muito. Tem muita força.
A forma como Putin cercou os orgãos de comunicação social, a INTERNET e as penas de prisão para quem tenha o atrevimento, ou ousadia, de contar a versão ocidental, torna muito fácil o controlo sobre as pessoas. E a disseminação da "verdade russa" entra pelos meandros sociais. Intoxica tudo e todos.
Como humanista, se achasse, desde logo, que o povo comum russo sabe de tudo e aceita passivamente, deixava, em definitivo, de confiar nas pessoas. E eu não quero. Se, um dia, for provado o contrário, cá estarei para repudiar gente tão assassina como o seu líder. Nós, o povo, queremos sempre a paz; mas, infelizmente, somos os "servos" de quem decide. E infelizes dos que servem os decisores das guerras.
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