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Profissão dourada

por Jorge Santos, em 20.06.22

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 Futebolista? Não! Jogar futebol é exigente, é preciso algum talento e dá muitas canseiras. Político? Podia ser, mas  lamber botas durante muitos anos é fastidioso. E estudar dá cabo da beleza!  Influencer! Não sabe o que é? Pois. Eu também só soube há pouco tempo. São aquelas meninas e meninos, homens e mulheres que, nas redes sociais, instagram, principalmente, têm muitos...muitos...muitos "likes". Graças a isso, promovem artigos diversos - roupas, perfumes, relógios, artigos de higiene, etc. E ganham muito dinheiro. O seu gosto pelo exibicionismo é usado pelas marcas e junta-se a fome à vontade de comer. Mas antes, têm de conseguir muitos milhares de "likes".

 Talvez não saiba, mas quando está a colocar um "like" num homem bonito, de corpo bem definido ou numa mulher elegante ou sensual, está, indiretamente, a rechear-lhe a algibeira. Esse é o objectivo da/do influencer. 

  Pronto, está bem. É uma nova profissão. Mas que habilitação é necessária? Que mais-valias profissionais? Qual quê! Nada disso. Uma carinha laroca,  muitas horas de ginásio, uma página no instagram em poses que gerem "likes". E deixar andar. Quando os gostos atingirem determinado número, as marcas aparecem. As mais variadas. De tudo. Por fim, é só escolher... e colher.

  E todos podemos ser isso? Poder, podemos. Teoricamente, claro. Então, e não somos porquê? Isso depende de cada um . Estará a futilidade e a ostentação na sua prioridade de vida? Então aproveite.

 Não, não estou a criticar essa nova profissão. Estou apenas a constatar como as pessoas  mudaram. Nós, os do tempo antes-internet ou antes-redes sociais, somos uma espécie de trogloditas. Cotas. Quase  Idade da Pedra. Somos de um tempo em que trabalhar cansava. Fosse qual fosse o trabalho. Fisico ou mental. Ainda bem que descobriram uma que, basta mostrarem-se de tanga, na praia, deitadinhos/as na toalha  para garantirem a subsistência financeira. Claro, com muitas doses de ginásio e solário. E com passagens pelos cirurgiões plásticos para tratarem da saúde dos lábios, do rosto, das mamas e dos rabinhos. E por aí fora. 

  Como as televisões, no entretenimento, adoram este tipo de fauna, fama dá fama. E televisão dá dinheiro.

 São estes novos ciclos os responsáveis pela percepção de que o meu prazo de validade se já não caducou, não faltará muito para isso.

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publicado às 21:20

Ditadura da desinformação

por Jorge Santos, em 26.05.22

  A banalidade da informação não é  fenómeno actual, mas atinge, hoje, o exagero. "Shares", audiências, "chegar primeiro", pressões diversas. E mera incompetência do profissional, podem ser alguns dos motivos que causam essa frivolidade. Bem como critérios editoriais populares com intuito sensacionalista. No passado, século XIX, princípios do XX, os jornais eram de uma sobriedade férrea.  Na imprensa de referência como no "The Guardian" ou "The New York Times". Ou por cá, no matutino "O Primeiro de Janeiro", extensos "lençóis" de texto; mas no que à notícia dizia respeito, um rigor quase marcial à objectividade, verdade e fonte. O objectivo passava por informar o leitor o melhor possível. Evitar, a todo o custo, confundi-lo, desviá-lo,  levá-lo a pensar que a informação...o desinformava.

   A imprensa escrita mudou de estilo gráfico - títulos criativos ou descritivos, "leads" bem redigidos e textos mais curtos. Logo, maior concisão e menor dispersão do que é realmente importante. Na actualidade, os jornais vão cumprindo com simplicidade a sua função: informar. A exigência editorial de outros tempos ainda vai sendo encontrada nos matutinos ditos "sérios". A desinformação não é tanto promovida  pela maioria destes orgãos. As novas tecnologias e a televisão são muito mais eficientes a manipular ou desinformar. Porque, infelizmente, para muita gente o que é dito na televisão é a verdade, mesmo que seja mentira.

  Num artigo de opinião de um jornal, por mais que o autor se esforce na desinformação, jamais poderá competir com outro, a opinar na televisão em horário nobre - seja jornalista ou comentador. A televisão encarregou-se de confundir os espectadores entre  a função de comentador e jornalista. Sem qualquer preocupação em esclarecer . Aqui começa a desinformação.

  Pior do que a televisão,  as redes sociais. O Facebook é a máquina preferida dos produtores das multinacionais "fake news".  Torna-se extremamente fácil criar páginas, às centenas, para desinformar ou manipular. Em todas as áreas, indo a predominância para a política, futebol e burlas diversas. A rede tem o seu mecanismo para vigiar estas páginas, mas quando encerra 10, os desinformadores criam 100.

  Cabe, pois, a todos nós o rastreio destes atentados à verdade. Mas a igorância de alguns, o desinteresse de outros e a má-fé de uns quantos, leva a que a viralização da mentira pelas redes avance avassaladoramente.

  E, desconfiando, basta que o utilizador das redes cruze a informação difundida na INTERNET. E a verdade ou mentira, como preferir, saltará à vista. Fácil para todos? Claro que não! Principalmente quando um clima de ódio vai pairando sobre o mundo. Contagiando-o.

  Os temas que estão na ordem do dia - COVID e invasão da Ucrânia - são mel para os fazedores da desinformação. Muito fácil construir notícias falsas e  grande dificuldade em detectá-las. Ou não seja maquinaria pesada e sofisticada a funcionar. 

  A desinformação é apanágio de uma  sociedade doente. Quando a violência, dinheiro, ganância,populismos, ataques a jornalistas,  atropelos vários à liberdade  e democracia valem mais, muito mais! do que a vida humana, a desinformação é  bengala essencial e indestrutível. Por muito que a queiramos combater, e queremos, com certeza!, é quase missão impossível. Porque, primeiro, urge tratar a sociedade no seu todo.  Daqui a algumas gerações, talvez. 

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publicado às 20:05

Futebol nos "pés" errados.

por Jorge Santos, em 03.04.18

                                    

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  Para não chorar, rio. Ao ver as  "virgens ofendidas" queixarem-se da violência no futebol. "Elas", que são as principais responsáveis pelo que de mal tem acontecido esta época. Acompanho o futebol, intensamente, há mais de quarenta anos e sempre assisti a esse tipo de cenas.  Dentro e  fora do campo. A diferença, neste último ano, é um certo refinamento das atitudes, baseadas em "casos",  que conduzem à violência. Mediatizada, estudada, preparada ao pormenor para acicatar os ânimos, e tudo trabalhado e posto em prática por especialistas na arte da propaganda e manipulação.

 Ora vejam lá quem são hoje as "estrelas" no comentário futebolístico - deputados, professores universitários, escritores, advogados/juristas, empresários, cineastas, guionistas renomados, realizadores, ex-ministros, ex- investigadores criminais e funcionários dos canais dos clubes. Vieram substituir, jogadores, jornalistas, críticos, ex-jogadores, treinadores e alguns - poucos - dirigentes moderados. De que estávamos , pois, à espera? Eles discutem o futebol como se discutia política partidária no tempo do PREC ( período político fortemente sectário). E o que acontecia nessa época? Violência: Assaltos a sedes de partidos, incêndios, bombas nos automóveis, mortes. Propaganda e pura manipulação.

 Se formos analisar os canais portugueses de televisão (e as rádios também),  com excepção da RTP2, todos usam essas figuras, a maioria das vezes são tristes figurinhas, para alimentar o canal com polémicas estéreis, semeando ódios... e de futebol, ZERO! Os programas de futebol são-no, tão só, de nome. As linhas editoriais estão-se nas tintas para "a bola", querem é circo e sangue. Assim será até os casos que envolvem o Benfica sejam esclarecidos pela justiça. Não há volta a dar.

 Infelizmente, há presidentes de clubes que embarcam nesta "porcaria" e respondem, energicamente, a  comentadores da polémica e da propaganda. Querem , depois, que o "zé povinho" se porte bem? Face a tanta polémica, até nem tem estado mal. Tirando as claques, legais ou ilegais, o povo em geral tem sido bastante sereno. Muito mais do que esses polemistas manipuladores que os pretendem envenenar através da TV. Incompreensível, haver claques ilegais!! As leis são para cumprir. Ou não será assim? Eu também gostava de poder conduzir a 200 à hora na auto-estrada! Mas há leis. Não posso andar à margem dela. E as claques podem fazer tabua rasa da lei, porquê ? E de que está à espera o senhor presidente do SL Benfica para cumprir a lei das claques? E porque não é punido por isso? Claro, essa impunidade vai conduzir à violência...

 Esta treta das SAD,s veio inquinar o futebol. Já se sabe que o dinheiro é o Deus deste século! E com o desequilíbrio, tudo agudiza: os administradores das sad`s não vêem os resultados, essencialmente o dinheiro a eles associado; por seu turno, os adeptos querem os resultados, vivem as alegrias e tristezas com grande emotividade e muito pouca ( ou nenhuma) racionalidade.

 A verdade, é que o futebol está a bater no fundo. Os patrocinadores começam a ficar zangados. Pode ser que isso os leve para outras modalidades, tão necessitadas, e que as possam catapultar a patamres nunca vistos - não esqueçamos que em Portugal, no que toca a sponsors, o futebol seca tudo à volta.

 Se a situação  continuar na mesma, a ERC a emitir recomendações a que ninguém liga, a IPDJ a defender posições fortemente sectárias em relação a uma côr e o governo a olhar para o lado, ainda há muito para destruir. Acreditem.

 Pode ser que, entretanto, os casos pendentes na justiça fiquem esclarecidos e quem prevaricou seja punido. Este seria o primeiro grande passo para pacificar . Uma revisão da linha editorial no que se refere aos programas já referidos, colocando a falar de futebol quem sabe, a par com uma atitude mais recatada dos presidentes, fará toda a diferença. Mas sem um pleno esclarecimento dos casos que envolvem o Benfica, nada funcionará. Nada. Porque é esse assunto que está a incendiar o mundo da bola. E tudo ficará pior se, neste ambiente de contestação, o clube da Luz vencer o campeonato.

  Tomates, senhores do governo, tomates!! E esqueçam lá as côres da simpatia, pois a vossa função é zelar pelos  interesses de TODOS os portugueses. 

 

 

 

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publicado às 19:48


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