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Os médicos e os outros

por Jorge Santos, em 30.06.22

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  Um dos temas mais discutido nos últimos tempos tem a ver com médicos e hospitais. O que vai sendo noticiado só nos pode deixar intranquilos. Muito! Seja a ministra, o Sindicato, a Ordem, nada apazigua a preocupação. Porque com a saúde não se brinca! E, se calhar por isso, há exageros inconcebíveis. Gestores hospitalares, chefes de serviço, apresentam queixas sobre queixas. E os hospitais emperram, fecham unidades, dificultam a vida dos cidadãos face a um direito constitucionalmente garantido. Os centros de saúde afinam pelo mesmo diapasão. Mas o que é garantido pelos responsáveis, unanimemente, ainda confunde mais: não faltam médicos em Portugal!

 Então, se não faltam médicos, por que razão não os há em muitos hospitais e centros de saúde? Provavelmente, não gostam do SNS. E com a proliferação diária de hospitais privados ( ainda bem, mostra ao mundo que somos um país rico!) devem estar lá todos.

 Vejam só a nossa sorte por não haver polícia privada, tribunais privados, repartições de finanças privadas. E muito gratos devemos estar aos professores. Optam pelo calvário dos concursos em vez de colégios privados.

 Analisemos a base do problema. Desde sempre, a classe médica teve ascendente sobre os governos. São os técnicos superiores mais beneficiados do país . Compare-se um jovem médico com qualquer outro profissional recém saído da faculdade. E esse ascendente não permitiu, nunca, uma política dos governos que alterasse a sua colocação e o tempo que qualquer médico deveria "dar" aos portugueses. Um curso que, até agora, só existe em faculdades públicas mereciam outro reconhecimento por parte dos profissionais. Mas também nos faltam governos corajosos, que promovam reformas eficazes no sector. E só uma profunda modificação na relação estado/médicos pode alterar a situação. Os médicos, como os juízes, os polícias, os professores e outros funcionários públicos deveriam cumprir um período razoável ao serviço do SNS. No país inteiro, sem assimetrias.

 Ao defender uma reforma , não esqueço a questão salarial. Antes pelo contrário. O investimento público, em vez de ser oferecido a privados, banqueiros, reformas vitalícias a politicos ou em empresas falidas, só para citar alguns dos gastos estapafúrdios, devia ser canalizado para as infraestruturas essenciais às pessoas. No caso concreto, hospitais e centros de saúde. E salários compatíveis a médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar.

 Até quando este "faz de conta" político? O país necessita de profundas reformas. E de governantes corajosos. Que pensem nas pessoas, em vez das eleições seguintes. Com orçamentos de estado adequados às necessidades concretas do país.

  A Constituição tem de deixar de ser um mero papel jurídico!

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publicado às 21:35

Difícil é dar ao povo o que é do povo....

por Jorge Santos, em 02.05.18

  Pedir aumento do salário mínimo é demagogia!

  Pedir abaixamento dos gastos dos políticos é populismo!

  Pedir investimentos nas áreas da saúde pública, educação pública e segurança é desproporcional ao rendimento.

  Reformas e Pensões, são uma dor de cabeça. Qualquer dia, só aos 80 anos!

  Enfim, vendem-nos a ideia de que, tudo o que é cuidar dos cidadãos, dos mais desfavorecidos e do que deveria pertencer a todos nós, tem que crescer, se crescer, aos bocadinhos. Vendem! Há quem compre! Eu não! Prefiro ser apelidado de popolista e demagogo - porque sei que é mentira - do que pertencer à elite de salafrários que colocaram  o investimento social na gaveta, deitando fora a chave.

  Ora digam-me lá se há alguma dificuldade em pagar a Mexias, Bavas e outros gestores de "qualidade superior", decididamente muito bons a gastar ( qual gerir!)  dinheiro que não é deles. É nosso! Até atribuem medalhas a esses iluminados que destroem passo-a-passo a economia de Portugal.

  Custou muito investir o dinheiro público no ex-BES e na CGD? Apareceram milhões num estalar de dedos.

  Houve  ou não houve dinheiro para o Manuel Pinho? Parece quem sim. Que drama para consegui-lo !

 Gasta-se desmesuradamente em empreendimentos para lá colocar empresas públicas, constroí-se, indemniza-se e desconstrói-se o que fora construído. Não falta dinheiro para tal.

 Para os políticos e gestores públicos, paga-se, reforma-se, atribuem-se pensões vitalícias. Dão-se benesses extraordinárias aos ex presidentes da República, que deviam envergonhar os mais empedernidos republicanos. Mas não há problema, o dinheiro nasce...cresce...reproduz-se e ...não morre.

De repente surgem escândalos na ADSE, Montepio, BCP, CTT, etc....e ninguém é responsável. Afinal, que andaram a fazer os ministros e aqueles a quem cabia monotorizar estes serviços? E dinheiro desviado aos milhões...que existia.

 É a corrupção diversa a envolver gente que devia dar o exemplo que ensombra diariamente as notícias. Acaba por ser, já, algo de normal neste país devassado por corruptos.

 Não falta dinheiro para tudo isto.

Mas, para a saúde pública ( centros de saúde, hospitais, apoios), há sempre poucochinho e atribuído de má vontade.

Tal como para a segurança pública, escolas, funcionários, salários mínimos. Para já nao falar em Pensões e Reformas. Nestas, é chocante o que se passa. Não é dinheiro de impostos, mas que pertence aos cidadãos. O estado não deveria tratá-lo como se fosse seu. Afinal, quem mais precisa, vive apertado o mês inteiro, o ano inteiro, a vida inteira. Emprestou parte do salário ao estado e tramou-se. 

Não se justifica haver falta de médicos, de enfermeiros, de professores, de polícias. Nem de infraestruturas onde possam servir o público.

Tal como não se justifica vender a privados os CTT e a EDP. E os combóios e tudo o que mexe e dá lucro. Venderam, apoiam e suprem, quando necessário. Uma promiscuidade abjecta, como a das PPP's.

Mas nunca falta dinheiro.

Só para o essencial é que falta. Mas isso é um pormenor insignificante para os políticos de carreira.

E como a Cidadania ficou destruída devido à  foma como os partidos políticos agiram em 1975/1976, o povo cala, come e ainda apoia quem lhe rouba o dinheiro.

O Estado de Direito é essencial na democracia. Sem dúvida. Mas só se nota quando é o povo a cometer os crimes. Qiando são as elites encartadas, primeiros ministros, ministros da defesa, outros ministros, banqueiros e afins, parece que não existe. Há atenuantes até dizer chega,e esses sem-vergonha passeiam-se pela comunicação social com um desplante que irrita.

Porque da parte do "status quo" dos partidos caseiros já não me livro dos chavões "demagogia" e "populismo", vou mais longe e não me canso de afirmar que os países da Europa do Sul precisam de mudar, rapidamente, de rumo. E, se possível, mandar embarcar os  políticos e banqueiros desta europa comunitária de padrinhos, num dos foguetões do Trump, rumo a Saturno, Urano, Neptuno ou Plutão. Adeus e até nunca mais...

Jorge Santos

 

 

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publicado às 20:16


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