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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
Acreditar, diz ele. Em quê? Num Portugal com menos desemprego, melhores salários, pensões, em que os mais débeis tenham as mesmas oportunidades? Com menos ministros, secretários, assessores, fim das reformas vitalícias de políticos? Com uma luta séria, e a sério, para baixar a corrupção? Regularizar e melhorar o funcionamento do SNS, dar mais velocidade aos processos que se arrastam pelos tribunais? Acabar com as taxas e impostos que não são isso, mas sim caça níqueis furtivos?
Ou a palavra, forte sem dúvida, é mais um isco eleitoral? Para tudo ficar na mesma, como tem acontecido ao londo dos anos. Todos os partidos tem-nos dito para acreditarmos. Ao longo de décadas. E ao que chegámos?
Um democrata vai sempre votar, mesmo que não tenha quaqluer empatia com as forças partidárias. As caras, em grandes dimensões aparecem a pedir para acreditarmos. Mas o que devia estar nestas dimensões eram os projectos para um mandato de quatro anos. Isso sim, podia fazer.nos acreditar. E exigir! Projectos, Dr. Montenegro! Porque caras há muitas....
Mais uma palavra ao vento. Quem não conhece o presidente do PSD, como eu, sabe lá se deve ou não acreditar o homem. Nos projectos do partido, isso sim; nesses, poderíamos acreditar.
Desta forma, é mais uma palavra ao vento. Olhamos e ficamos a saber o mesmo. Acreditamos em quê, Dr. Luis Montenegro?
A mim, social-democrata sem partido, satura-me a conversa de que vivemos num regime socialista. Será pelo nome do partido do governo? Só pode. A partir do momento em que Mário Soares colocou o marxismo ( por consequência, o socialismo) na gaveta, adeus ideologia! Depois, alguém poderia pegar na chave, reabrir a gavela e retirá-lo de lá. Mas não! A chave foi atirada ao mar em lugar incerto.
Um partido, cujo nome é socialista, deve corar de vergonha por pôr em prática políticas económicas liberais. O nome e a suposta ideologia, implicavam uma aposta social diferente. Gente que gosta de assumir-se progressista, de esquerda, socialista, fica muito mal na foto com a forma como organiza e gere o país. E a ambiguidade entre o público e o privado. Se realmente fossem socialistas, essa ambiguidade não existiria.
O liberalismo económico de Cavaco Silva e Ferreira Leite mantém-se. Mudaram os nomes dos governantes, mas a política manteve-se com os vindouros. Nem os da "esquerda", Sócrates e Costa, mudaram o rumo. Antes pelo contrário. Continuaram-no a todo o vapor.
As medidas tomadas diariamente, favorecem os privados, prejudicando o que é ( foi/deveria ser) público. A classe média continua num poço sem fundo, agarrada às paredes. Multinacionais - pagam o salário mínimo aos trabalhadores - são proprietárias das principais empresas lucrativas, bancos, seguros, hospitais, Tap ( para mal dos nossos pecados ninguém consegue pôr um ponto final na crise!), distribuidores de electricidade, correios. Enfim, quase tudo. Tudo o que exige aos portugueses pagarem, pagarem, pagarem. Além dos impostos, claro!
Com esta sobrecarga de pagmentos, taxas e outros "caça níqueis", como pode sobreviver-ser em Portugal? Política partidária (com todo o seu polvo), algumas profissões públicas e privadas, mas que estão saturadas, alguns profissionais liberais. E a corrupção aparece; é a consequência lógica de regimes ultra-liberais ou liberais.
Se o país está entregue aos privados, por que raio sobem os nossos impostos? Mais um logro do liberalismo. Cujas explicações são tão tôpegas que ninguém entende.
E as pequenas e médias empresas? Apertadas pelo pescoço até esganarem!
O socialismo democrático (no século XXI, na Europa, não concebo outro) implica, além do apoio aos mais desfavorecidos, impostos colectados e aplicados com equidade, controlo da gestão das principais empresas, justiça severa aos que burlam o erário público, e tendência para a nacionalização e não para a privatização. E, claro, mudança nas elites do poder. Todas. Só a social-democracia pôe, depois, ordem nisto ( vejam como é na Finlândia, por exemplo)
O que temos em Portugal e nos irrita a quase todos é o liberalismo económico. Que pode travestir-se com as mais diversas fatiotas. Agora é o fato à "socialista", antes, foi a capa da "social-democracia". E nesta alternância, quase passagem de modelos, vamos sendo enganados e encostados às cordas da sobrevivência.
Hoje nasceu um partido novo! Parece...
Novos cidadãos, gente que nunca andou nos negócios ( literalmente!) da política, juntaram-se para salvar Portugal. Parece...
A politica espectáculo que a América criou, espalhou-se pelo mundo. Se é bom ou mau, não sei dizer. Só sei que não gosto. O que sabemos todos é que Portugal continua no fosso, à medida que foram passando partidos pelo poder. E, de quatro em quatro anos, a pátria lusa enche-se de promessas. E os portugueses de esperança. Depois...catrapuz, a desilusão.
Quem acompanhou o congresso do PSD apercebeu-se, com certeza, da injecção de optimismo. Luís Montenegro, a modos que montado num cavalo branco, com uma bandeira às costas, gritava: agora chegam os bons, os que vão dar cabo dos incompetentes e mudar a vida, para melhor, aos portugueses.
Pois, Luís Montenegro, isso era muito bom. Mas parece que as figuras escolhidas pelo líder nunca estiveram no Parlamento, nunca foram membros do governo, nunca foram ministros. São todos "virgens" nesta coisa!
E que dificuldade têm todos em dizer que são social-democratas! Lá vão assumindo, mas a medo. Compreensivelmente, porque na realidade não o são. Lá no fundo, bem no fundo, talvez entendam que é a melhor solução; mas os seus negócios, os dos seus amigos e as empresas multinacionais exigem-lhe o ultraliberalismo. Um dos novos elementos da direcção do partido até afirmou que o PSD é o partido das pessoas. Agora, sim! Vamos ter um partido que pensa nos cidadãos.
Mas então, nas várias vezes que passaram pelo governo, até com maiorias absolutas, por que não transformaram Portugal num país próspero, com políticas parecidas às da social democracia nórdica? Por que insistiram mas medidas que massacraram sempre os mais necessitados? E os fundos que vieram "da Europa" e que foram parar aos bolsos deste e daquele? E o pagamento especial por conta, que tanto prejudicou pequenos empresários? E o famigerado gasóleo agricola? A cultura do girassol? E alguns destes "novos" políticos, já por lá andavam a lançar palpites.
O meu comentário não tem a ver com o partido em si. Se fosse o PS ou o CDS ou outro qualquer que já tivesse sido governo, dizia o mesmo. Sou social-democrata sem partido, portanto estou à vontade para tecer as mignhas críticas.
Para concluir, entremos na "reciclagem partidária". Pode ser que a ideologia, finalmente, coincida com o nome dos partidos. E aquelas mulheres e homens, deixem de lado as reformas vitalícias que lhes foram atribuída aos 40 anos. E tenham percebido que o amiguismo criou uma teia de corrupção que nos aperta até ao pescoço. E ninguém a quis, até hoje, desapertar.
Para quem acredita no discurso partidário, foi, seguramente, um dia feliz.
Os que têm memória, como eu...parece mais do mesmo. Aguardo pela propostas alternativas às do governo.
Felizes os que acham , agora sim, chegou a competência. E os bons. Os que nunca se enganam e raramente têm dúvidas.
Conheço-a há muito tempo. Éramos jovens, não havia redes sociais, computadores e telemóveis. A interação era diferente, não sei se melhor ou pior, deixo isso para os especialistas na matéria, mas diferente. Muito. Juntávamo-nos no café, nas casas de uns e outros, saímos ao sábado à noite para tomar uns copos e, às vezes, ao domingo. Nas férias, era a praia, as viagens, as noites inteiras ao luar. Cada um com os seus problemas, desabafávamos, aproveitávamos o convívio para arejar ideias, descontrair, maldizer as coisas más. Momentos felizes. Penso que o eram. Para mim, foram.
Ela sempre foi uma pessoa serena, agradável no trato, dava opiniões e era solidária entre amigos. Nunca a tinha visto lançar provocações, frases com o intuito de magoar, agressões verbais mais ásperas, ofensivas. Afinal, como amigos, convivíamos pacificamente. Ríamos, às vezes das nossas diferenças. Dávamos sempre oportunidade ao contraditório. E convergíamos , mesmo quando, acaloradamente, abordávamos o futebol e a política, os dois temas fracturantes num grupo de amigos. Nunca ficámos divididos por causa disso. A tolerância era regra tácita. Sem dramas, sem pressões.
Com o andamento da vida, uns ficam, outros vão e o contacto passa a ser muito mais raro. Entretanto, as redes sociais surgem e mudam por completo as nossas vidas. Gente que não se via há décadas, passou a conviver num mundo específico: o facebook. Entre "likes" e saudações, vamos conhecendo, outra vez, as curvas da vida.
Sem perceber muito bem porquê, dois desses amigos da "velha guarda" bloquearam-me na rede social. Surpreso, tentei encontrar motivos. Não consegui! E esses dois desapreceram de vez. Provavelmente, nos tempos em que vivíamos juntos quase todos os dias, não mem suportavam. E sem coragem para dar-me um tiro, aproveitaram a rede para me colocarem fora da sua esfera de amizades.
Ela não me "abateu". Mas os ódios com que passou a escrever, "mataram-me" de pasmo. Foi o futebol e a política, os tais temas delicados que não deviam jamais beliscar amizades ( afinal, a tolerância ...). Postagens sobre futebol, não a enaltecer os feitos das suas cores preferidas , como devia ser, mas de forte pendor provocatório para os que gostam de clubes rivais. Ódio, importa dizê-lo. Agressividade, hostilidade. Sem qualquer menção ao seu emblema favorito. A ideia que dá é de ter só ódio em relação aos outros e nenhuma paixão em relação ao seu. O ódio alheio alimenta a sua paixão. Na política, outra desilusão. Contra tudo e contra todos, mas extremamente desagradável a responder aos comentários elevados ( e fundamentados) de quem discorda. Também aí transparece ódio.
Lembrando a pessoa, jamais iria imaginar que estava sufocada desse ódio. Que guardou durante décadas, para despejar logo que o facebook lhe deu oportunidade de exercer a liberdade de expressão. Como foi capaz de disfarçar esta faceta odiosa e provocatória durante tanto tempo? Não deve ter sido fácil .
Nas conversas pessoais em que abordo estes casos, dizem-me que é "o pão nosso de cada dia" do facebook e de outras redes sociais. As pessoas são capazes de fazer comentários no facebook que frente-a-frente jamais fariam.
É pena, digo eu. Porque esse ódio que a rede facilita vira-se, quase sempre, para quem o expressa. A mim pouco afecta. Deixo de ler, de acompanhar. Ninguém gosta de ser, sitematicamente, hostilizado. Como eu, outras pessoas. Mais cedo ou mais tarde, ela dá conta disso. E este distanciamento, faz mossa. Penso, até, que o desprezo é do que mais custa a suportar. Mas para o ódio e fanatismo, não há outra solução. A rede veio, também, dar um "palco" a quem é alégico a holofotes. E pronto, vivem na concha, envolvidos em radicalismos. Tempos...
A Organização das Nações Unidas, fundada no final da 2ª Guerra Mundial para fomentar a cooperação entre as Nações, está estatutariamente desactualizada. O que não surpreende face às mudanças políticas, sociais e geoestratégicas desde a sua criação até agora. Se dúvidas houvesse, esta invasão, promovida pela Rússia, esclarece-as todas.
António Guterres, pacifista e, por consequência, humanista, por mais que se esforce, e esforça-se!, na mediação do conflito, nada vai conseguir. O secretário- geral pretende o mesmo que toda a gente de bom-senso: o fim imediato do cessar fogo. Tarefa inglória. Para Guterres ou para qualquer outro mediador. Até para os corredores humanitários há imensas dificuldades. A Rússia, simplesmente, boicota. Putin sabe bem o que quer e não pára enquanto não o conseguir. Por seu lado, os ucranianos, defendem o país e não se vão render. Preferem morrer. Um nó górdio, portanto!
Negociar seria possível se António Guterres pudesse, sim, pudesse!, mediar. Mas não é possível, depois do veto da Rússia às deliberações do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O secretário geral é, neste momento, um refém e não negociador.
Pode por-se em causa o papel da ONU e se faz sentido a sua existência face a este conflito. Parece que a sua organização interna caducou. Os 5 membros permanentes do Conselho de Segurança com poder de veto são a Rússia, China, os Estados Unidos, França e Reino Unido. O que esperar desta dinâmica? Nada. Faliu. Como podem estados agressores ter direito a vetar as suas próprias ações? Inadmissível! Os países que possuem as armas nucleares mais evoluídas( que se saiba!) pertencem a este lote: Rússia, Estados Unidos e França. Guterres é um refém. E o resto do mundo também.
Tudo isto tem de alterar-se. É indubitável. Por que via é que constituí a dúvida. Negociar, é cada vez mais difícil. Resta o belicismo. A agressão. A subserviência dos pequenos aos grandes. v Gradualmente, os extremos políticos crescem e as soluções para os problemas graves vão afunilando. Estaremos a chegar ao fim de um ciclo?
António Guterres a visitar Bucha. A sua expressão diz tudo.
(Foto de Angél De Jesus - Caracas Venezuela)
A ferro e fogo anda o mundo. Todo. Mais ou menos explicito, mais ou mesmos escondido, não há paz onde quer que seja. Há várias formas de fazer a guerra. Às vezes é construída de forma tão subtil que só tardiamente nos apercebemos dela e do mal que já nos fez.
Neste instantâneo do Angél De Jesus, fotojornalista venezuelano, vemos a forma clássica de combater. Frente a frente, cada um com as suas armas. Como sempre, o mais forte vence e mata o mais fraco. Uma sociedade autofágica, é o que é. De gente civilizada e informada? Dizem que sim, porque a manipulação e propaganda continuam a ser, também, armas potentes deste século, como já o tinham sido no anterior.
Por mais que queiramos paz, nós, os ingénuos pacifistas, temos de convencer-nos de vez. A guerra começou pela conquista de territórios, passou pela fé, pela ganância de políticos loucos e, hoje, pelo dinheiro. Sendo este, dinheiro, o venerado Deus do século, só teremos paz quando houver mudança no ciclo geracional.Se tivermos, sei lá!
Somos uns inadaptados. É verdade.Mas como eu gosto de o ser!
Acabei de ouvir Assunção Cristas falar sobre a eutanásia, ou melhor, da forma como deve ser decidido , se sim, se não. É claro que a presidente do CDS é contra, uma vez que é católica. Enfim, não entendo muito bem esta forma de pensar -porque é que os católicos têm de ser contra? A religião católica continua autista, e só não o está mais porque o Papa Francisco é um homem progressita e humanista. E também não entendo como é que Cristas, a católica, desvaloriza tanto uma questão humana, não deixando as pessoas decidirem se querem ou não a morte assistida. Sim, não é uma treta política qualquer, é a...morte assistida!
Mas não foi para falar de religião que escrevi estas linhas. Mas para assumir-me totalmente contra o que sustenta Assunção Cristas. Diz a responsável centrista que não quer um referendo ao assunto. Defende que o Parlamento é o local adequando para decidir sobre um tema daquela responsabilidade. Avança ainda que os partidos políticos deveriam ter nos seus programas eleitorais se são contra ou a favor da eutanásia. Depois de tantos disparates que Cristas já proferiu publicamente, estava convencido de que tinha atingido o limite.
Estava enganado. Afinal, a sereníssima Assunção é imparável no disparate! Como é possível que uma pessoa culta, civilizada, muito bem formada, educada e religiosa, achar que os partidos devem ser os arautos em questões de consciência? E mais, admitir que os deputados ( pasme-se!!) são as pessoas adequadas para decidir, com base no que decidem as cúpulas dos partidos, uma questão tão, mas tão importante e que passa pela consciência de todos nós, portugueses?
É esta forma de fazer política que me irrita. Chamar à liça os deputados, a maioria incompetentes, fazendo "daquilo" o emprego para garantia de reforma. Porque se fossem competentes, seriam os primeiros a dizer: é ao povo que cabe resolver e assumir as responsabilidades; tal como todas as questões de consciência.
Eu não reconheço competência a quem quer que seja para decidir por mim este assunto . Quero votar em referendo! Os partidos políticos, se estiverem de boa-fé, defenderão este processo democrático para levar a cabo uma decisão para este tema.
Atenção, não estou a defender o "contra" ou o "a favor". Isso é outra discussão que não é para aqui chamada. Defendo, sim, uma chamada de todos os portugueses para ser tomada a decisão definitiva. E que seja feito, antes, um amplo debate, onde não deverão estar os partidos políticos ( terão filiados a favor e contra, com certeza), mas pessoas devidamente esclarecidas na matéria, que nos possam mostrar, de forma clara, científica, moral, ética, humana,a razão porque defendem um sim ou um não. Precisamos todos de pensar muito bem, pois a maioria de nós não tem formação suficiente para entender. E não devemos ter dúvidas a decidir. Cabe-nos a todos nós fazê-lo.
Centenas de políticos que ganham a vida a levantar o braço na Assembleia da República, não têm autoridade para decidir este assunto em nosso nome. Não foi para isso que os elegemos.
Mau, muito mau, é que Cristas e outros atribuam àqueles senhores e senhoras de S. Bento uma espécie de divindades iluminadas que sabem tudo, de tudo e sobre tudo. Até o que todos nós pensamos!!
Poupem-nos aos disparates! E não nos suguem as consciências. Deixem-nos ser nós - todos nós - a decidir.
Limitem-se à discussão politico-partidária. Foi para isso que votámos e é para isso que vos pagam. Excessivamente e injustamente.
( Foto Dinheiro Vivo)
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