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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
Acreditei na maioria do povo anónimo alemão quando, no final da Segunda Guerra Mundial, afirmou desconhecer, em pormenor, o que se passava nos Campos de Concentração, tal como noutras atrocidades que os nazis cometeram. O nazismo foi uma ideologia assassina e uma parte substancial dos alemães, mesmo os que apoiavam Hitler, não era por questões ideológicas, mas na esperança de que alguém - um salvador da pátria - os livrasse da crise em que estavam atolados. Os que professavam a ideologia execrável estavam bem identificados. A censura férrea e a propaganda assertiva, transformava os alemães comuns em ignorantes.
Agora, também acredito que grande parte do povo russo não saiba, com exactidão, os crimes praticados pelos oficiais e soldados de Putin na Ucrânia. Com excepção para as mães dos militares que vão tombando nas batalhas. E mesmo destas, tenho algumas reservas. A propaganda pode muito. Tem muita força.
A forma como Putin cercou os orgãos de comunicação social, a INTERNET e as penas de prisão para quem tenha o atrevimento, ou ousadia, de contar a versão ocidental, torna muito fácil o controlo sobre as pessoas. E a disseminação da "verdade russa" entra pelos meandros sociais. Intoxica tudo e todos.
Como humanista, se achasse, desde logo, que o povo comum russo sabe de tudo e aceita passivamente, deixava, em definitivo, de confiar nas pessoas. E eu não quero. Se, um dia, for provado o contrário, cá estarei para repudiar gente tão assassina como o seu líder. Nós, o povo, queremos sempre a paz; mas, infelizmente, somos os "servos" de quem decide. E infelizes dos que servem os decisores das guerras.
(Foto de Angél De Jesus - Caracas Venezuela)
A ferro e fogo anda o mundo. Todo. Mais ou menos explicito, mais ou mesmos escondido, não há paz onde quer que seja. Há várias formas de fazer a guerra. Às vezes é construída de forma tão subtil que só tardiamente nos apercebemos dela e do mal que já nos fez.
Neste instantâneo do Angél De Jesus, fotojornalista venezuelano, vemos a forma clássica de combater. Frente a frente, cada um com as suas armas. Como sempre, o mais forte vence e mata o mais fraco. Uma sociedade autofágica, é o que é. De gente civilizada e informada? Dizem que sim, porque a manipulação e propaganda continuam a ser, também, armas potentes deste século, como já o tinham sido no anterior.
Por mais que queiramos paz, nós, os ingénuos pacifistas, temos de convencer-nos de vez. A guerra começou pela conquista de territórios, passou pela fé, pela ganância de políticos loucos e, hoje, pelo dinheiro. Sendo este, dinheiro, o venerado Deus do século, só teremos paz quando houver mudança no ciclo geracional.Se tivermos, sei lá!
Somos uns inadaptados. É verdade.Mas como eu gosto de o ser!
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