Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Já nem há papel !...

por Jorge Santos, em 14.06.22

papel 2.jpg

  O caos está instalado no país. Não há sector que escape. Nos tribunais e em outros serviços, são os funcionários quem leva o papel para as fotocópias e para limpar o..., quer dizer, o papel higiénico. E nós, os pagadores de impostos, assistimos estupefactos à gestão ( será gestão?) das verbas  pagas em impostos e taxas.

  Claro que entendo a necessidade do pagamento dos impostos. Como não sou anarquista, defendo a necessidade de Estado e governo. Como é óbvio, a maioria pensa como eu. Pelo que temos de pagar impostos para os manter. Agora, no que se paga e quanto se paga, já pode haver discordâncias, mas isso fica para outra prosa. A verdade é que temos de pagar impostos. E devemos exigir, sim exigir!, uma gestão extremamente cuidada destas  verbas.

  E aí é que bate o ponto. Pelas queixas na medicina, no ensino, nas polícias, em toda a parte, leva-me a pensar que o dinheiro dos impostos é muito mal gerido. Pelo governo. E muito mal fiscalizada a sua gestão por parte dos deputados e do Presidente da República. Com tantas coisas más acumuladas, já era tempo para o povo vir à rua gritar : " queremos uma gestão decente!"

  A crise que se estende nos hospitais cheira-me a esturro. Porque quem beneficia com o colapso do SNS são as empresas privadas, administradas por grandes grupos económicos. Quando o privado recebe o dinheiro, pouco lhe importa se é do utente ou do estado. O problema é que o estado recebe dos cidadão para fazer e não faz. As PPP´s são um maná para as grandes empresas privadas.

  Nada tenho contra a iniciativa privada! Que exista e seja uma mais valia. Sempre! O que pretendo é um SNS forte, estável, bem apetrechado, com bons profissionais, pagos em conformidade e equidade. E isto não está a acontecer. Os novos liberais ( no que à economia diz respeito) esfregam as mãos. Os seus amigos da administração privada vão ganhar mais, se o serviço público falhar. E isso preocupa-me.

 Esta desestabilização e destruição do que é público não beneficia a maioria dos portugueses. Vamos fazer o que nos compete: exigir que os nossos impostos não sejam desbaratados em loucuras megalómanas e sejam canalizados para as empresas públicas essenciais para as pessoas. Como é o SNS.

 Com tão boas escolas de economia em Portugal, algumas até premiadas internacionalmente, por que raio temos tão maus gestores públicos? Injustificável.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:38

A Liberdade é de ouro

por Jorge Santos, em 21.05.22

Fátima paulo cunha EPA.jpg

Foto: Paulo Cunha/EPA

   Estávamos, todos, fartos de confinamentos e restrições. Até os defensores de uma democracia musculada, aqueles que querem pôr filtros em certos tipos de liberdades, estavam fartos. E vivívamos em ditadura consentida (utlizando uma palavra, hoje, muito grata e essencial) e temporária. Não cabe nesta prosa discutir se tais restrições motivadas pela COVID eram ou não necessárias. Isso é argumento para outro filme. Por agora, concentremo-nos na liberdade que perdemos durante dois anos.

  É bom perceber esta faceta do povo português:o gosto pela liberdade! E a economia agradece, pois só um povo livre consome de modo satisfatório em todas as áreas. Uma ditadura de mais de 40 anos atrofiou Portugal e ainda têm "saudosistas" até dizer chega; os mais jovens, não surpreende, pois só sabem viver em liberdade e nem imaginam viver sem ela (tiveram neste confinamento um pequeníssimo exemplo, mas assutador); incompreensível, os mais velhos; viveram ainda no período do Estado Novo. Das duas uma, ou eram privilegiados e pretendiam continuar a sê-lo, mesmo sabendo que os seus semelhantes viviam mal ou, então,  são puros masoquistas! Talvez meros provocadores, afinal. Independentemente das circunstâncias, a verdade é simples de definir : a esmagadora maioria do povo já não passa sem a liberdade social, cultural e política. A económica  é coisa ideológica e fica para outro dia.

  Não podemos esquecer as festas populares, as pregrinações a Fátima, Santiago e outras, a actividade desportiva, o convívio em bares e cafés, o rally de Portugal, os concertos de verão, a praia, as discotecas, as viagens turísticas e de negócios, o fecho de lojas e escolas e a traumatizante permanência em casa. Com limitações parecidas, quiçá mais duras, há povos que aguentam, estóicos, sem reclamação possível. E com a agravante de um incumprimento dar cadeia. E sempre caladinhos. Refiro-me à China, à Coreia do Norte, à Venezuela, à Rússia e a alguns países afro-asiáticos. O povo que não tem liberdade no dia-a-dia não sofre tanto. Estão habituado a restrições ditatoriais e prisões por coisas tão simples como ler um livro... .

  Mas a gente das grandes democracias, sofreu, protestou, transgrediu.Lutou! Sentindo a privação de liberdades tão básicas, auto-intitulou-se prisioneira, numa prisão com janelas sem grades.

  Esta forma de sacudir a opressão, a mim, um adepto incondicional da liberdade político-social, encheu-me de esperança. De sofrimento, sim, mas de esperança também.

  O povo livre não quer deixar de o ser. A maioria, claro. E se, às vezes, em actos eleitorais prega-nos uns sustozitos, no fundo, é para abanar o sistema e mostrar aos políticos a sua força. Pois não o vejo capaz de, deliberadamente, entregar o ouro ao bandido e colocar a cabeça sob o jugo de um ditadorzeco qualquer.

 O 25 de Abril trouxe-nos a liberdade. E nenhum de nós consegue passar sem ela. Seja em que sector for. Porque é uma necessidade social inegociável. Imprescindível. Mas esgotável, cuidado.

publico-wrc.jpg

Foto: WRC

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:44


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Posts mais comentados


Arquivo

  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2021
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2020
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2019
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2018
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D



Favoritos