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Arraial de Vaidades

por Jorge Santos, em 24.06.22

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  A  televisão - todos os canais - tornou-se uma feira de vaidades. Em todos os sectores, desde a programação à informação.  Local certo onde alguma "burguesia arruinada" vai ganhar uns euros, comentando quase tudo.Tudo!

 Na SIC eTVI, adoram bajular-se uns aos outros. Vão à caça de figuritas e transformam-nas em figurões, vazios e vazias, mas figurões! Trocam actores por jogadores da bola, manequins por apresentadores. O importnate é que brilhem...por fora. Por dentro, não interessa. Os telespectadores "papam tudo" sem questionar. Na informação, os pivôs, adoptaram um estilo mais de crónica do que apresentadores de notícias. Um mal geral nesses dois canais.

 A CMTV neste particular até é a mais discreta. Mas um bodo aos necessitados do desporto. E quem vê aqueles programas deve acabar mais cansado do que quando faz uma caminhada no fim de jantar. Não lhes importa a qualidade, só a quantidade. Critérios...

 Na RTP1 é tudo mais contido. Afinal, são pagos por  nós. Mas o extravagante Rodrigues dos Santos costuma estragar tudo. Em todo o lado. Até no estúdio, em directo, a promover uma obra sua, quando apresenta o noticiário. Um inovador! Jornalista que o é e honra a  profissão, jamais o faria. Mas na TV vale tudo para brilhar e para vender. Como aqueles números de valor acrescentado. Uma tormenta. Dinheiro, dinheiro, dinheiro.

 Mas o topo da Feira foi na noite de S. João. A TVI montou barraca e juntou os seus melhores vendedores, Cristina Ferreira, Mário Ferreira, Fany, Pedro Abrunhosa, Lurdes Baeta, etc. Eram demasiados, ficam apenas os nomes dos mais conhecidos. Numa noite que é do povo, da rua, das sardinhas comidas à mão com o molho a escorrer na broa, beber a cerveja pela garrafa e dar marteladelas, passar as ervas aromáticas no nariz dos foliões e passear-se de alho porro na mão. Os figurões da TVI no meio da populaça? Isso é que era bom! Só os guardas-costas da Cristina atulhavam as vielas das Fontaínhas!

 Então, de trajo de gala - para o S. João, claro - montados no barco do Ferreira, no meio do rio, fizeram uma festa à parte. Nem os ministros! Muito menos o beijoqueiro do Palácio de Belém. Mas a nova elite, a da TV, não quer misturas. Apesar de criarem essa Feira de Vaidades em cima de um barco no meio do Douro, não há quem nos bata, a nós, o povo. Por muito que pretendam subverter o popular S. João e colocá-lo na categoria de "betinho", podem tirar o cavalo da chuva.

 O S. João é e será sempre conhecido pelas festas anónimas do povo anónimo. Dos cheiros e sabores. Dos bailes populares nos bairros e da folia espontânea. A elite pode ficar no meio do rio, fica mais perto do fogo.

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publicado às 20:21

Ditadura da desinformação

por Jorge Santos, em 26.05.22

  A banalidade da informação não é  fenómeno actual, mas atinge, hoje, o exagero. "Shares", audiências, "chegar primeiro", pressões diversas. E mera incompetência do profissional, podem ser alguns dos motivos que causam essa frivolidade. Bem como critérios editoriais populares com intuito sensacionalista. No passado, século XIX, princípios do XX, os jornais eram de uma sobriedade férrea.  Na imprensa de referência como no "The Guardian" ou "The New York Times". Ou por cá, no matutino "O Primeiro de Janeiro", extensos "lençóis" de texto; mas no que à notícia dizia respeito, um rigor quase marcial à objectividade, verdade e fonte. O objectivo passava por informar o leitor o melhor possível. Evitar, a todo o custo, confundi-lo, desviá-lo,  levá-lo a pensar que a informação...o desinformava.

   A imprensa escrita mudou de estilo gráfico - títulos criativos ou descritivos, "leads" bem redigidos e textos mais curtos. Logo, maior concisão e menor dispersão do que é realmente importante. Na actualidade, os jornais vão cumprindo com simplicidade a sua função: informar. A exigência editorial de outros tempos ainda vai sendo encontrada nos matutinos ditos "sérios". A desinformação não é tanto promovida  pela maioria destes orgãos. As novas tecnologias e a televisão são muito mais eficientes a manipular ou desinformar. Porque, infelizmente, para muita gente o que é dito na televisão é a verdade, mesmo que seja mentira.

  Num artigo de opinião de um jornal, por mais que o autor se esforce na desinformação, jamais poderá competir com outro, a opinar na televisão em horário nobre - seja jornalista ou comentador. A televisão encarregou-se de confundir os espectadores entre  a função de comentador e jornalista. Sem qualquer preocupação em esclarecer . Aqui começa a desinformação.

  Pior do que a televisão,  as redes sociais. O Facebook é a máquina preferida dos produtores das multinacionais "fake news".  Torna-se extremamente fácil criar páginas, às centenas, para desinformar ou manipular. Em todas as áreas, indo a predominância para a política, futebol e burlas diversas. A rede tem o seu mecanismo para vigiar estas páginas, mas quando encerra 10, os desinformadores criam 100.

  Cabe, pois, a todos nós o rastreio destes atentados à verdade. Mas a igorância de alguns, o desinteresse de outros e a má-fé de uns quantos, leva a que a viralização da mentira pelas redes avance avassaladoramente.

  E, desconfiando, basta que o utilizador das redes cruze a informação difundida na INTERNET. E a verdade ou mentira, como preferir, saltará à vista. Fácil para todos? Claro que não! Principalmente quando um clima de ódio vai pairando sobre o mundo. Contagiando-o.

  Os temas que estão na ordem do dia - COVID e invasão da Ucrânia - são mel para os fazedores da desinformação. Muito fácil construir notícias falsas e  grande dificuldade em detectá-las. Ou não seja maquinaria pesada e sofisticada a funcionar. 

  A desinformação é apanágio de uma  sociedade doente. Quando a violência, dinheiro, ganância,populismos, ataques a jornalistas,  atropelos vários à liberdade  e democracia valem mais, muito mais! do que a vida humana, a desinformação é  bengala essencial e indestrutível. Por muito que a queiramos combater, e queremos, com certeza!, é quase missão impossível. Porque, primeiro, urge tratar a sociedade no seu todo.  Daqui a algumas gerações, talvez. 

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publicado às 20:05


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