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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
A saúde mental das pessoas está no caos. O que não admira, afinal quem pode estar bem numa sociedade instável. Diria mesmo, doente. Pelo que, os cidadãos, terão de ressentir-se. E. cada um, à sua maneira, manifesta a morbidez psicológica.
Há poucos dias dirigi-me a um balcão de uma operadora que distribui electricidade, no Porto. Para fazer um novo contrato. Fui atentido por uma senhora, de rosto empático, meia-idade, poucas-falas.
E tudo correu lindamente. Contrato feito, chegou o momento de agendar a ida ao local para as respectivas ligações. Como funciona isto? A distribuidora envia um "sms" para o telemóvel do contratante, que terá de responder "sim", seguido de um código, também enviado pelos serviços.
Chegados a esse ponto, a senhora disse-me para ir ao telemóvel executar o dito procedimento. Pus a mão no bolso e o telemóvel não estava lá. Lembrei-me, então, que o tinha pousado no banco de trás do carro e lá ficara esquecido.
A senhora, após fazer um trejeito com o lábios, atirou: " Vocês são espertos, deixam ficar os telemóveis nos carros para que elas não vejam o que lá está." Só isto. Assim, como um murro no estômago. Eu, que até sou de dar troco, fiquei mudo.
"Elas"! As mulheres? As amantes? As filhas? As colegas?... Elas...
"Vocês"! Nós! Nós, quem?...
Com a idade que tenho, tantas horas passadas em repartições diversas a tratar dos mais variados assuntos, nunca me tinha acontecido.
Quando recuperei o ar, apeteceu-me dizer-lhe muitas coisas. Mas, francamente, só iria contribuir para agravar a sanidade mentar da senhora. Por isso, encaixei em silêncio e fui embora.
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