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Vamos lá culpar as pessoas.

por Jorge Santos, em 12.07.22

limpeza de terrenos.png

casa em ruínas.jpg

 Neste dia negro para Portugal, mais um, por causa dos incêndios, vêm à liça diária, muitas discussões  tidas ao longo do ano - casas em ruínas e IMI; limpeza de terrenos; regionalização; capacidade dos meios portugueses face às tragédias.

 As pessoas são responsáveis pelos seus actos,  é óbvio; e devem ser penalizadas quando os actos pôem em risco a vida e bens de outros. Mas estou convicto de que a maioria da população, principalmente a do interior e que vive em meio rural, zela da natureza como ninguém. Dentro das suas possibilidades e que não são muito grandes.
 Há uma tendência quase mórbida, por parte das autoridades, em culpar as pessoas por tudo o que de mau acontece. Os incêndios, as cheias, as casas que caem, os terrenos por limpar, são alguns deles. E terão a sua cota-parte, com certeza. 

 Lamentavelmente, dentro dos gabinetes, com ar condicionado, das câmaras municipais e outros lugares governamentais, onde são decididas as vidas sociais e económicas das pessoas, há tanta incompetência e insensibilidade. 

 Grande parte dos terrenos por limpar ou são de heranças que não interessam aos herdeiros ou de pessoas que não têm meios financeiros para mandar limpá-los;por norma, vivem nas cidades e percebem nada de ruralidade na prática. O custo da limpeza é muito elevada. E não pode ser feita uma só vez no ano, o mato volta a crescer e rápidamente. E nova limpeza é necessária.  Falo de terrenos que pagam IMI e não dão qualquer rendimento ao proprietário. Que não tem meios financeiros para proceder à limpeza. E há muita gente nesta situação! Há até quem queira vender para se livrar destas aflições, mas ninguém quer comprar, pois não obtém rendimento. Apenas despesa.

 As casas em ruínas são outro maná para certos municipios. Muitas vezes provêm de heranças que deveriam ser recusadas. Mas quantas pessoas em Portugal sabem que podem declinar a herança e os procedimentos para tal?  Numa freguesia do centro do país, a aldeia tem variadíssimas casa à venda ( ninguém quer ir viver ali). Sem ser usadas, vão-se deteriorando e a ruína não tarda. A câmara municipal escreve uma carta aos proprietários informando-os de que deve reabilitá-la ou demoli-la, caso contrário, pagará o IMI em triplo. Ora, se percebermos como se procede na demolição- é caríssima -  para pagar à câmara e a privados, depois, a vedação, como vão fazer aqueles que não têm meios económicos? Não nos esqueçamos que em Portugal os salários são muito baixos e há imenso desemprego. A juntar à tragédia social que acontece após ser destruído o sector  da agricultura e pescas.

 Nos gabinetes de decisão, locais, regionais e nacionais, tem de haver gente com sensibilidade para o que propõe e obriga. Provavelmente, com apoio -  não é só a empresa do Mário Ferreira que precisa de apoios do Estado! - os terrenos estavam limpos e as casas em ruínas, devidamente qualificadas, para a aldeia ficar mais bonita.

 Mas, citando uma senhora de Leiria, em pleno incêndio, "Portugal é uma caca!"

 Vou ser mais preciso. Portugal tornou-se numa caca porque, a partir dos anos 80, só teve ministros de caca! E o resultado está à vista de todos.

 

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publicado às 20:17

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  " O pior que nos pode acontecer é adoecer em Agosto", afirmou Graça Freitas, médica e Directora Geral de Saúde. E citou também um prato de bacalhau, como há milhares deles, não recordo qual foi, que costuma levar muita gente às Urgências. Caramba, drª. Graça! o melhor é pedirmos à Assembleia que decrete uma lei para Portugal impedir a entrada de Agosto. E, já agora, estão com a mão na massa, façam o mesmo para o verão e para os turistas que nos visitem nesta época. Dessse modo, drª, tínhamos o problema da saúde resolvido.

 Já todos conhecemos as brilhantes tiradas de Graça Freitas. Nem parece médica! Antes uma "entertainer" a rivalizar com o Ricardo Araújo Pereira.

 Infelizmente, não é!

 O que nós, portugueses, gente a quem só falta pagar impostos pelo ar que respira,  sustenta uma elite política caríssima, gostavamos de ouvi-la dizer o seguinte: os portugueses e os turistas que nos visitem, podem gozar as suas férias descansados, pois o nosso trabalho a par com o governo, os médicos e enfermeiros, preparou os hospitais públicos e centros de saúde, para darem resposta a todos os problemas que possam surgir durante o verão; mais informo que, se o bacalhau lhes cair mal, temos médicos preparados, em número e qualidade, para fazer face ao problema nas Urgências. Nem outra coisa podia acontecer num país em que os contribuintes são carregados em impostos.

 Infelizmente, não o diz.

 Pois, drª Graça, não é só no verão que a nossa saúde é mal tratada. É durante o ano inteiro.

 E as Urgências, ó senhora doutora!! A senhora em que mundo vive? Já foi às Urgências no inverno? E na primavera? E no Outono? E não é só por comermos o bacalhauzinho com ovos.

 Como eu gostava de receber boas notícias da drª Graça e do governo! Mas não se aflijam amigos, já comprei um banquinho para me sentar e esperar. Que vai ser uma longa espera...longuíssima...

 

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publicado às 20:36

Alguém anda enganado

por Jorge Santos, em 06.04.18

 

 Ou estaremos todos a ser enganados?

 Os portugueses estão em luta.  É evidente. Depois daquela manifestação grandiosa- jamais vista no país após o 25 de Abril e primeiro 1º de Maio em liberdade - contra o governo austero de Passos Coelho, fervilha novamente o desconforto.  Da esquerda à direita, desconfiam. Uns assumem, outros disfarçam, mas há um ruidoso nim. Este governo, ideologicamente pardo, ao qual, se não me falha memória, Portas chamou de geringonça, prometeu muito. Demasiado, talvez. O povo, ávido de melhorias das suas finanças, rejubilou com as promessas de António Costa e do super-ministro Mário Centeno.

 Afinal, desafogados da asfixiante troika, era fácil acreditar na melhoria. E com um governo PS, apoiado por comunistas e bloquistas, não custava nada a crer que os trabalhadores fossem, finalmente, ter Paz, Pão, Habitação, Saúde, Educação... e mais dinheiro para gastar, essencial na depauperada  economia lusa, causada pelos anos de crise. Além de que as greves e convulsões sociais baixam sempre quando os governos são socialistas – entende-se . E com o apoio dos comunisas, então, mais lógico deveria ser. Mas...

 Mas, ao contrário de todas as previsões, hoje todos reclamam. Todos mesmo! Até aqueles que, por norma, comem e calam – profissionais da cultura – estão na rua, a gritar.

 Do governo, perito na arte da propaganda e manipulação, só ouvimos dizer coisas positivas. Que estamos bem, cada vez melhores. Uma espécie de “toque de Midas”, de repente, Costa e Centeno colocaram Portugal na rota do êxito económico-social. Há quem acredite! Mas como justificamos as greves persistentes em todos os sectores? E a revolta das centrais sindicais, lideradas por pessoas afectas ao PS, PCP e BE?

 Que estamos mal, estamos. Basta olharmos em volta, andar na rua, ir às escolas, hospitais. Ouvir os pensionistas. Ver as empresas falir. A criminalidade, o desemprego, os impostos, a arrogância na questão das Reformas e a negligência aos mais velhos. O governo de Sócrates foi mau? Foi. E o de Passos Coelho? Também. (com atenuante da quase bancarrota herdada de Sócrates e que teve de superar). E o de Costa? Se melhorou em relação aos anteriores, foi pouco, mas muito pouco.

 Desejava-se uma profunda reestruturação, uma mudança social até ao limite do aceitável. Mas não. “Vendem” uma imagem de sucesso, que não passa de uma caixa vazia. Sem ideias, sem projectos. Uma insossa gestão diária, um deixa- correr aflitivo.

 Péssima, também, a oposição. Cristas acusa os outros daquilo que o governo dela (e ela própria) não foi capaz de resolver. Uma hipocrisia que mete dó! O PSD, simplesmente, não existe. Com Passos era uma nulidade, com Rio não parece  passar disso. Uma mera luta pelo poder, ambição preocupante. Sem projectos, não nos levam a acreditar em alternativas partidárias. Não há. 

Assim vamos na Lusa-Pátria. Enganados, enganando e enganando-se. Estranho, como bloquistas e comunistas suportam este governo. Ou melhor, até quando vão ter paciência. Não querem, com certeza, hipotecar os resultados das próximas eleições. Mas a Cultura anda na rua. E com a Cultura em luta, pode ser mais depressa do que muitos supõem.

                                              

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publicado às 22:43

Futebol nos "pés" errados.

por Jorge Santos, em 03.04.18

                                    

Bola de futebol.jpg

  Para não chorar, rio. Ao ver as  "virgens ofendidas" queixarem-se da violência no futebol. "Elas", que são as principais responsáveis pelo que de mal tem acontecido esta época. Acompanho o futebol, intensamente, há mais de quarenta anos e sempre assisti a esse tipo de cenas.  Dentro e  fora do campo. A diferença, neste último ano, é um certo refinamento das atitudes, baseadas em "casos",  que conduzem à violência. Mediatizada, estudada, preparada ao pormenor para acicatar os ânimos, e tudo trabalhado e posto em prática por especialistas na arte da propaganda e manipulação.

 Ora vejam lá quem são hoje as "estrelas" no comentário futebolístico - deputados, professores universitários, escritores, advogados/juristas, empresários, cineastas, guionistas renomados, realizadores, ex-ministros, ex- investigadores criminais e funcionários dos canais dos clubes. Vieram substituir, jogadores, jornalistas, críticos, ex-jogadores, treinadores e alguns - poucos - dirigentes moderados. De que estávamos , pois, à espera? Eles discutem o futebol como se discutia política partidária no tempo do PREC ( período político fortemente sectário). E o que acontecia nessa época? Violência: Assaltos a sedes de partidos, incêndios, bombas nos automóveis, mortes. Propaganda e pura manipulação.

 Se formos analisar os canais portugueses de televisão (e as rádios também),  com excepção da RTP2, todos usam essas figuras, a maioria das vezes são tristes figurinhas, para alimentar o canal com polémicas estéreis, semeando ódios... e de futebol, ZERO! Os programas de futebol são-no, tão só, de nome. As linhas editoriais estão-se nas tintas para "a bola", querem é circo e sangue. Assim será até os casos que envolvem o Benfica sejam esclarecidos pela justiça. Não há volta a dar.

 Infelizmente, há presidentes de clubes que embarcam nesta "porcaria" e respondem, energicamente, a  comentadores da polémica e da propaganda. Querem , depois, que o "zé povinho" se porte bem? Face a tanta polémica, até nem tem estado mal. Tirando as claques, legais ou ilegais, o povo em geral tem sido bastante sereno. Muito mais do que esses polemistas manipuladores que os pretendem envenenar através da TV. Incompreensível, haver claques ilegais!! As leis são para cumprir. Ou não será assim? Eu também gostava de poder conduzir a 200 à hora na auto-estrada! Mas há leis. Não posso andar à margem dela. E as claques podem fazer tabua rasa da lei, porquê ? E de que está à espera o senhor presidente do SL Benfica para cumprir a lei das claques? E porque não é punido por isso? Claro, essa impunidade vai conduzir à violência...

 Esta treta das SAD,s veio inquinar o futebol. Já se sabe que o dinheiro é o Deus deste século! E com o desequilíbrio, tudo agudiza: os administradores das sad`s não vêem os resultados, essencialmente o dinheiro a eles associado; por seu turno, os adeptos querem os resultados, vivem as alegrias e tristezas com grande emotividade e muito pouca ( ou nenhuma) racionalidade.

 A verdade, é que o futebol está a bater no fundo. Os patrocinadores começam a ficar zangados. Pode ser que isso os leve para outras modalidades, tão necessitadas, e que as possam catapultar a patamres nunca vistos - não esqueçamos que em Portugal, no que toca a sponsors, o futebol seca tudo à volta.

 Se a situação  continuar na mesma, a ERC a emitir recomendações a que ninguém liga, a IPDJ a defender posições fortemente sectárias em relação a uma côr e o governo a olhar para o lado, ainda há muito para destruir. Acreditem.

 Pode ser que, entretanto, os casos pendentes na justiça fiquem esclarecidos e quem prevaricou seja punido. Este seria o primeiro grande passo para pacificar . Uma revisão da linha editorial no que se refere aos programas já referidos, colocando a falar de futebol quem sabe, a par com uma atitude mais recatada dos presidentes, fará toda a diferença. Mas sem um pleno esclarecimento dos casos que envolvem o Benfica, nada funcionará. Nada. Porque é esse assunto que está a incendiar o mundo da bola. E tudo ficará pior se, neste ambiente de contestação, o clube da Luz vencer o campeonato.

  Tomates, senhores do governo, tomates!! E esqueçam lá as côres da simpatia, pois a vossa função é zelar pelos  interesses de TODOS os portugueses. 

 

 

 

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publicado às 19:48

  Primeiro, foram os enfermeiros a denunciar o caos nas urgências de alguns hospitais públicos. Agora, foi o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, após visita às urgência de Gaia. Parece que estamos num cenário de guerra, tal a desordem de macas amontoadas pelos corredores de todos os pisos, disse o Bastonário. Mas quem sempe criticou as urgências hospitalares foram os utentes, principalmente pelo tempo de espera. E o que foi feito? Nada!

  A administração do Centro Hospitalar visado ( Gaia/Espinho) vai apelar, novamente, ao ministro da tutela que, parece, tem "boas surpresas" para esta unidade de saúde. Se as têm, que as "ofereça". Os doentes e os seus familiares não merecem ser tratados como se vivessem em cenário de guerra, não acha, senhor ministro,  Dr. Adalberto Campos Fernandes?.

  O hospital gaiense não é, porém, o único em tais condições lamentáveis. Nos últimos três anos, por doença grave de  familiar, tive de frequentar várias vezes as urgências de diferentes hospitais centrais. E, caros amigos, não havia um melhor do que o outro. Todos péssimos! Nas urgências, nos corredores, falta de camas, obrigando doentes de um serviço a terem de ir para outro e, depois,no dia seguinte, ninguém saber onde o doente se encontrava. Enfim, o que o sr. bastonário encontrou é geral.É o país. O país real que tantos teimam em esconder das mais diversas formas.

  No entanto, em todas essas unidades de saude, só tenho de enaltecer o trabalho e empenhamento quer de pessoal médico quer de enfermagem. Autênticos heróis no meio daquele caos. Honra lhes seja feita.

 O problema, parece-me, tem a ver com organização e administração, por um lado e verbas orçamentais, por outro. Lamentável que os serviços públicos ( neste caso de saúde), destinados a garantir um direito constitucional, sistematicamente ignorado por quem devia evitar essa situação, os governos ( sim, este, o anterior  o anterior, etc.) que só pensam em política-partidária para deterem o poder. Importante é ter o poder! Depois...népias. Quer oposições quer governos, têm valido zero para os cidadadãos mais carenciados. 

  Quando se fala nos milhões desviados do bancos, dos políticos corruptos, das negociatas de milhões entre políticos e entidades privadas, salários e pensões de políticos e administradores públicos, não há ai nem ui. Mas quando são necessários uns milhares de euros para que os cidadãos tenham uma vida mais digna que respeite a nossa Constituição, é uma desgraça, um drama, uma dificuldade tremenda. Uma dor de cabeça. A seguir, criam-se impostos, taxas e mais taxas, mas os serviços públicos continuam a marcar passo.

  Exijamos os nossos direitos! A nação não é de "meia dúzia" de políticos manipuladores, É nossa! 

 Que nunca nos faltem  forças para lutar, até conseguirmos ter competência, empenhamento e seriedade naqueles que gerem Portugal.

 Mas nunca, nunca mesmo, deixemos a resignação tomar conta dos nossos direitos mais básicos!

                                             

urgência caos sul informação.jpg

Foto: Sul Informação) 

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publicado às 19:56


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