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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
O jogador que nunca sorri: Iván Marcano, defesa-central do FC Porto. Nem quando marca um golo decisivo em cima do minuto 90! A fazer lembrar Buster Keaton, " o grande cara de pedra" ou o "homem que nunca sorria". Enquanto Marcano empolga a plateia com um golo decisivo, Keaton, o Da Grande Piada, do Vaudeville, faz-nos rir até às lágrimas, com os seus "gags" humorísticos. E ambos mantém o rosto fechado e olhar triste. Indiferentes à nossa felicidade.
O "central" dos Dragões foi sempre um "patinho feio" para a maioria dos sócios e adeptos. Principalmente quando regressou do Roma. "Que era um péssimo negócio", "havia melhor dentro do grupo", "flop", enfim, Marcano levou com tudo. Porém, sempre foi um profissional de grande nível. Rosto austero, flagelado pelos ventos agrestes do mar Cantábrico na sua Santander natal. Sem sorrir, sempre cumpriu; e apesar da pouca empatia que os adeptos nutriam por si, nunca virou a cara à luta e foi dos melhores em campo sempre que lhe deram a oportunidade para isso.
Tal como Keaton, Marcano é homem de paradoxos. As gargalhadas com Keaton e a magia do golo com o atleta portista. E ambos reagem como se tivessem feito a coisa mais vulgar do mundo. A simplicidade dos "anti-heróis", quando, afinal, acabam de oferecer aos assistentes o que mais desejam. Gargalhadas e golos. Sem transbordar dos seus rostos um ténue sorriso.
Eu sempre gostei de Marcano! Pertenço ao grupo das excepções. Não é qualquer jogador , face à sua posição no terreno, marca 5 golos em 16/17; 7, em 17/18; 6 em 19/20 e, na presente época já vai com dois tentos certeiros. E sempre marcou nos clubes onde teve oportunidade de ser titular. A força e vontade que demonstra, após gravíssima lesão que o parou uma época, põe a nu a fibra de que é feito. E já vai nos 35 anos, num futebol onde, cada vez mais, pontificam os "bebés".
É claro que gostava de o ver sorrir. Divertem-me mais os jogadores que revelam alegria a jogar, como Luis Díaz, Maradona, Futre, Chalana, Vitinha ou Oliver Torres, entre muitos. Mas não deixo de criar empatia com os "sérios", desde que demonstrem qualidade, profissionalismo e entrega total ao jogo. E Marcano é destes. Já lhe vai faltando alguma velocidade, mas na marcação é exímio: não passa nada. A continuar assim, Cardoso e Carmo têm de esperar mais tempo do que imaginavam e desejam.
Keaton e Marcano, dois "sérios", "tristes" até, mas que nos fazem sorrir e proporcionam felicidade inversamente proporcional aos seus rostos fechados. Quanto ao portista, parece que vai passar a "cisne", depois de tantos anos a representar o papel de "patinho feio". Caramba, portistas, o homem já merecia a simpatia de todos!
No início dos seus dias, a SPORT TV foi uma referência. Notava-se, sem dificuldade, uma força, atitude e linha editorial vencedora. Os seus jornalistas que acompanhavam os jogos de futebol eram contidos na verve e na histeria, como devem ser os relatadores de futebol na televisão.
Quem teve o privilégio de aprender ou o bom senso de saber que relatar futebol na TV e na rádio são formas diferentes de expressão, faz um trabalho decente e agradável para o tele-espectador. Entretanto, até hoje, muita água passou debaixo da ponte do canal. E tudo mudou. Só não mudaram os princípios que norteiam o relato televisivo e o radiofónico. Mas a Sport TV ignora isso por completo. E alguns dos seus relatadores usam e abusam do entusiasmo, do relato e do pormenor. E esquecem o mais importante: nós, telespectadores, estamos a ver. Não precisamos que nos digam o que estamos a ver. E o entusiamo no festejo de um golo ou um corte " na hora H", é por nós festejado, sem precisarmos da ajuda do relatador. Na rádio sim, têm de nos fazer "ver". E, felizmente, ainda há reatos radiofónicos. O vídeo (TV) ainda não matou a estrela da rádio! A meu ver, é imortal!
Neste fim de semana ( 13, 14 e 15 de Agosto de 2022), uma nova época arrancou, mas os vícios dos locutores/jornalistas/relatadores, continuam. No Casa Pia-Benfica, foi um exagero. Tive de baixar o volume para conseguir aguentar a "fúria" relatadora do Pedro Nascimento; relatou o jogo tal e qual se faz na rádio. Os tons, as inflexões, o detalhado movimento da bola, as subidas e descidas do entusiasmo e o clímax nos golos, gritados! Pura rádio! Erro televisivo.
Também não consigo entender num canal nacional, o motivo pelo qual o Rui Pedro Rocha está sempre em Alvalade. Muito mais contido que o Nascimento, usa um procedimento que eu gostaria de ver em todos os outros jogos. Calar-se enquanto é cantado o hino da equipa local ( no caso dele é sempre o Sporting); por vezes o jogo já decorre , o público vai terminando de cantar e, só a partir desse momento, volta a falar do jogo. Assim deveria ser em TODOS os campos. Se só acontece em Alvalade, mal vai a confraria. E não acerta o passo, pois já assim era na época anterior.
E os "catedráticos"? Bem, hoje só há um, o Freitas Lobo. Ele fala dos movimentos do jogador, se está no sitio certo ou devia estar mais ao meio, se o resultado pode virar, mas para isso o atleta x devia subir mais, etc, etc,etc. Gostava de ter visto o Freitas Lobo, nos seus tempos de juventude, a jogar futebol, não sei como não deu em génio. Agora, devia dedicar-se a treinador. E o futebol positivo iria encantar-nos a todos. Só que no sofá é mais fácil...
No fundo, não passa de uma cópia mal tirada do verdadeiro "catedrático" da bola de outros tempos: o grande Gabriel Alves ( para não falar de anteriores, que os houve). Esse sim, tinha estilo. Ele sabia tudo dos jogadores: idade, peso, por onde passaram, se preferem jogar com "o direito" ou com "o esquerdo", se rematam assim, se rematam assado. Mas tudo era dito com ponderação, sem levantar muito o tom de voz (claro, nós estávamos a ver!); Voz bem colocada, límpida, o que dizia, com tranquilidade, era agradável de ouvir. Outro esquecimento dos jornalistas desportivos de TV: a escrita é uma coisa, a locução é outra. Estilos e formas diferentes. Estudam comunicação social para quê?
Mas hoje, na SPORT TV, vale tudo. Bola para a frente e fé em Deus, ou como dizia o Herman José, "...tudo à molhada; que isto é futebol total".
Mas nós, os assinantes desse canal, porque pagamos, e não é pouco, merecíamos mais qualidade por parte do "staff" da casa. E não custava muito, bastava colocar as pessoas certas a fazerem o trabalho certo. Como quando criaram a inovadora Sport TV.
Gosto de ver as notícias ao fim da tarde na televisão. Habitualmente, chego a casa e sintonizo na RTP. Hoje, estava passar o separador, iam começar as notícias de desporto. Não podemos esquecer, em circunstância alguma, estarmos perante uma estação paga, fundamentalmente, pelo erário público. Exige-se um serviço que ponha sempre o interesse das pessoas no topo das prioridades, como convém em qualquer empresa do estado. Sem motivações financeiras ou outras. Apenas o lado noticioso da questão.
Tratando-se de um orgão de comunicação social, existem critérios específicos na ordem em que passam as notícias - os critérios editoriais. Como qualquer decisão deste teor, a subjectividade impera e varia em função de quem edita a informação.
E o editor de hoje, não sei quem é nem me interessa, optou abrir com o futebol. Apesar de estarem a decorrer os campeonatos mundiais de atletismo, os resultados de hoje não foram relevantes, por isso, aceita-se o início. Mas dentro do futebol há, apenas, duas notícias - um encontro de preparação do SL Benfica e o jogo do V. Guimarães para as pré-eliminatórias das competições europeias e que os minhotos venceram por 3-0 a uma equipa húngara. Qual seria o critério mais lógico para iniciar?
Eu iniciaria com o triunfo dos vimaranenses que, praticamente, ficaram no patamar seguinte das provas da Europa; e, além disso, tratava-se de um jogo oficial. Pois o o editor abriu com o SL Benfica e a sua vitória frente ao Girona, em jogo treino. A seguir, o atletismo e, no fim, o V. Guimarães. Parece que atirou a moeda ao ar para decidir. Mas não atirou....
A minha observação tem a ver com o facto de ser na RTP. Fosse um canal privado e nada surpreenderia. Aliás, em alguns desses canais, certos jornalistas fazem exactamente o contrário do que está determinado no seu código deontológico; portanto, não surpreendem os critérios.
Eu sei que o Benfica vende! Mas a RTP não devia ter isso como móbil na ordem em que escalona as notícias. As mais importantes eram os campeonatos mundiais de atletismo e o 13º lugar na marcha para a portuguesa Inês Henriques e o triunfo do Vitória numa competição europeia.
Porque é que o editor decidiu de outro modo? Não sei. Talvez tenha pensado nos "seis milhões de benfiquistas" ou no interesse comercial. Mas tem de perceber que, na RTP, desta vez, os milhares de vitorianos mereciam ficar à frente.
Parece um assunto de "lana caprina". Mas não é!
Define, claramente, a forma com o são tratadas as notícias no canal público em função da região geográfica de onde são os protagonistas.
Foi a primira vez? Não! Geralmente é assim. Infelizmente. Mas na RTP não deveria ser. Nunca!
Os futebolistas e treinadores, profissionais, note-se, têm o mau hábito de beijar o emblema, jurar amor ao clube, estão a cumprir o sonho de uma vida, não se importavam de permanecer por ali a carreira toda. Vão até ao mobiliário, quando consideram estar "na cadeira de sonho". São algumas das barbaridades que embelezam os seus discursos, cada vez mais raros para poderem explicar-se melhor.
Depois, esquecem o poder das redes sociais e espalham-se ao comprido. E algo muito importante: são profissionais!
O que esperar de um profissional numa equipa de futebol? Isso mesmo, profissionalismo. Entrega ao jogo, respeito ao clube e seus adeptos e não regatear esforços para ajudar o emblema. Não precisam de beijá-lo. Basta respeitá-lo. E no fim, uma saudação generosa aos adeptos é o suficiente para criar empatia.
Compreendem-se os excessos " de amor". A determinação e concentração no jogo, quando há dificuldades e o objectivo é conseguido, as manifestações de júbilo são espontâneas e compreensivas.
Já não se compreende quando, numa estrevista de vida, com calma e tranquilidade, fazem essas tais juras estúpidas.
Passado um ano, dois, ou menos, estão a apaixonar-se pelo emblema vizinho. A razão? Mais euros, libras ou dólares. Como profissionais têm de procurar as melhores condições salariais, com certeza. Mas deviam ser instruídos pelos gabinetes de comunicação ( hoje têm uma força excessiva, quase doentia) a não afirmarem tanta paixão, tanto amor, tanta vontade de assinarem um contrato de 10 anos...
Muitos têm de viver, depois, com o reverso da situação. Alguns até tatuagens são obrigados a apagar, para a vergonha não ser tão grande.
Por exemplo, um treinador chegou a um clube e teve a lata de afirmar: "estou na minha cadeira de sonho". Induziria uma longa ligação al clube. Qual quê? Saiu, tardiamente, atrás do dinheiro, muito dinheiro com que lhe acenaram. E a cadeira foi para a despensa.
Agora, este "mister" recebe o troco. " Deixou a cadeira de sonho para ir atrás das libras!" E a credibilidade máxima que poderia ter no clube, perdeu grande parte no caminho atrás das libras. E se for candidato a presidente, poderá vencer, mas nunca com uma larga maioria.
Assumir o profissionalismo é o maior crédito que um futebolista ou treinador pode ter num clube.
Amor eterno é treta. No futebol e no resto.
Alguns espanhóis assobiaram o hino português no último jogo entre as duas seleções. Se o mítico Cristiano Ronaldo já tem os ouvidos vacinados contra vaias, o hino e a bandeira não justificam tal tratamento. E, com certeza, a esmagadora maioria do povo de Espanha ( 99,99999...%) pensará o mesmo.
É fundamental saber que tipo de modalidade desportiva recebeu gente tão mal formada. Futebol, meus caros, futebol....
Como entusiasta, lamento profundamente o que aconteceu. Já assisti a inúmeros jogos entre as duas seleções, nas mais diversas modalidades. Alguma tensão no hóquei em patins em tempos idos, mas nunca manifestações tão hostis à bandeira e ao hino.
Que se assobiem jogadores, treinadores, que haja troca de "mimos" entre adeptos, faz parte, desde sempre, e é suportável desde que finde quando o jogo termina.
Vaiar hinos e bandeiras só para gente com debilidade mental, nacionalistas radicais e xenófobos. Tal como desrespeitar o "minuto de silêncio". Nada tem a ver como jogo, mas com o ódio ao país em causa. E é no futebol que se vê com mais frequência.
Não vale a pena alertar, realertar, ensinar bons modos e boa educação, respeito pelos países dos outros ou respeito por eles próprios. Pessoas destas envergonham o país a que pertencem e estão a mais num espectáculo desportivo. São como ervas daninhas.
Quem não sabe ser adepto, ou não quer, não pode sê-lo. As tutelas do futebol precisam tirar do espectáculo estes escroques. Perigosos, por sinal. Porque se a moda pega, é mais um gesto inadmissível entre tantos que já vão ensombrando os jogos da bola.
Sem esta gente execrável, um jogo de futebol fica muito mais bonito!
(Foto: Record)
"Caiu o Carmo e a Trindade" entre os comentadores do futebol! Não haverá árbitros portugueses no próximo "Mundial". Quando eu estava à espera de alívio e felicidade por parte dessa classe televisiva, tive de meter a viola no saco! Afinal, os indivíduos ficaram mesmo zangados, indignados. E eu de boca aberta de espanto. Se fiquei!
Os intelectuais da bola, os "experts" da arbitragem não se conformam. Mas, ó senhores catedráticos da coisa, então não são os senhores quem, fim de semana após fim de semana, vociferam contra árbitros e "vares"? Chamam-lhes incompetentes, distraídos, mal preparados fisicamente e tecnicamente. Que o VAR não vê as imagens, precisa de óculos, que as linhas são duvidosas, a comunicação entre as equipas devia tornar-se pública, erros crassos, mudança geral na arbitragem, uma desgraça. Enfim. Só não lhes chamam ladrões porque essa palavra é proíbida em televisão. Falam os treinadores e o cenário é parecido. Já nem cito os dirigentes de clubes para não dar cabo desta prosa toda.
Se os árbitros são tudo isso que eles afirmam, por que raio haveria a FIFA de convidar algum deles? Afinal, se esses comentadores estão indignados é porque, na realidade, os homens do apito não são assim tão maus.
Pois, o problema é dos tais "neutros" que opinam com honestidade e imparcialidade. Não o fazem, claro! Não conseguem libertar-se do peso dos clubes. Do amor e do ódio, abundam ambas as espécies. Agora, "a frio" perecebem que os árbitros não são assim tão maus, comparados com os de outros países e que por aí aparecem a apitar "Champions" e Liga Europa. Vê-se cada exemplar!
Mas essas figurinhas televisivas, algumas despejam o odioso também em comentários de jornais, estragam tudo, têm um comporartamento de adepto de café, mas julgam-me mais "finos". Finórios, isso sim. São é mais ricos, principalmente os que vendem o "saber" nas TV's. Dizer mal é bem pago!
E os árbitros portugueses ficaram em casa. .."Estudassem"!
O que aconteceu com os árbitros, acontece com o portista Pepe. Quando joga pelo seu clube, só falta chamarem-lhe assassino. Quando joga na selecção, é o melhor "central" da europa.
Vá lá a gente entender os comentadores imparciais!
( nota: a foto do árbitro João Pinheiro, nada tem a ver com o texto, é meramente casual numa peça que pretende falar de árbitros)
Conheço-a há muito tempo. Éramos jovens, não havia redes sociais, computadores e telemóveis. A interação era diferente, não sei se melhor ou pior, deixo isso para os especialistas na matéria, mas diferente. Muito. Juntávamo-nos no café, nas casas de uns e outros, saímos ao sábado à noite para tomar uns copos e, às vezes, ao domingo. Nas férias, era a praia, as viagens, as noites inteiras ao luar. Cada um com os seus problemas, desabafávamos, aproveitávamos o convívio para arejar ideias, descontrair, maldizer as coisas más. Momentos felizes. Penso que o eram. Para mim, foram.
Ela sempre foi uma pessoa serena, agradável no trato, dava opiniões e era solidária entre amigos. Nunca a tinha visto lançar provocações, frases com o intuito de magoar, agressões verbais mais ásperas, ofensivas. Afinal, como amigos, convivíamos pacificamente. Ríamos, às vezes das nossas diferenças. Dávamos sempre oportunidade ao contraditório. E convergíamos , mesmo quando, acaloradamente, abordávamos o futebol e a política, os dois temas fracturantes num grupo de amigos. Nunca ficámos divididos por causa disso. A tolerância era regra tácita. Sem dramas, sem pressões.
Com o andamento da vida, uns ficam, outros vão e o contacto passa a ser muito mais raro. Entretanto, as redes sociais surgem e mudam por completo as nossas vidas. Gente que não se via há décadas, passou a conviver num mundo específico: o facebook. Entre "likes" e saudações, vamos conhecendo, outra vez, as curvas da vida.
Sem perceber muito bem porquê, dois desses amigos da "velha guarda" bloquearam-me na rede social. Surpreso, tentei encontrar motivos. Não consegui! E esses dois desapreceram de vez. Provavelmente, nos tempos em que vivíamos juntos quase todos os dias, não mem suportavam. E sem coragem para dar-me um tiro, aproveitaram a rede para me colocarem fora da sua esfera de amizades.
Ela não me "abateu". Mas os ódios com que passou a escrever, "mataram-me" de pasmo. Foi o futebol e a política, os tais temas delicados que não deviam jamais beliscar amizades ( afinal, a tolerância ...). Postagens sobre futebol, não a enaltecer os feitos das suas cores preferidas , como devia ser, mas de forte pendor provocatório para os que gostam de clubes rivais. Ódio, importa dizê-lo. Agressividade, hostilidade. Sem qualquer menção ao seu emblema favorito. A ideia que dá é de ter só ódio em relação aos outros e nenhuma paixão em relação ao seu. O ódio alheio alimenta a sua paixão. Na política, outra desilusão. Contra tudo e contra todos, mas extremamente desagradável a responder aos comentários elevados ( e fundamentados) de quem discorda. Também aí transparece ódio.
Lembrando a pessoa, jamais iria imaginar que estava sufocada desse ódio. Que guardou durante décadas, para despejar logo que o facebook lhe deu oportunidade de exercer a liberdade de expressão. Como foi capaz de disfarçar esta faceta odiosa e provocatória durante tanto tempo? Não deve ter sido fácil .
Nas conversas pessoais em que abordo estes casos, dizem-me que é "o pão nosso de cada dia" do facebook e de outras redes sociais. As pessoas são capazes de fazer comentários no facebook que frente-a-frente jamais fariam.
É pena, digo eu. Porque esse ódio que a rede facilita vira-se, quase sempre, para quem o expressa. A mim pouco afecta. Deixo de ler, de acompanhar. Ninguém gosta de ser, sitematicamente, hostilizado. Como eu, outras pessoas. Mais cedo ou mais tarde, ela dá conta disso. E este distanciamento, faz mossa. Penso, até, que o desprezo é do que mais custa a suportar. Mas para o ódio e fanatismo, não há outra solução. A rede veio, também, dar um "palco" a quem é alégico a holofotes. E pronto, vivem na concha, envolvidos em radicalismos. Tempos...
Acompanho jogos de futebol desde muito novo. Pela mão do meu pai, ia aos estádios ver o Beira-Mar, Académica e FC Porto, os meus clubes de eleição. Quando lhe larguei a mão, passei a ir sozinho. E, confesso, gosto muito de futebol. Do jogo e do espectáculo envolvente. E continuo a assistir, em silêncio.
Nos velhos tempos ia, com amigos, de paixões diversas, sem qualquer tipo de complexos ou receios. Em alegria, com prazer na partilha de opiniões. Quem ganhava ficava feliz, quem perdia, triste, obviamente. E discutíamos! O "penalty", o fora de jogo, as incidências várias. Mas acabávamos por convergir na justiça do resultado, quer fosse do nosso agrado ou não. E a discussão acabava por ali. Na semana seguinte, haveria mais. E seria outro, com certeza, a "chorar"as despesas desportivas. Era assim. E foi durante muito tempo.
A partir do momento em que as máquinas de comunicação dos clubes e empresas que lhes vendem as opiniões, começaram a fabricar, deliberadamente, ódios; ir ao futebol começou a ser quase como ir à guerra. Separados, com a camisola da nossa preferência, só nos jogos em "casa". E cá fora, cuidado, muito cuidado.
As tradicionais discussões de mesa de café ou de barbeiro,com este a mediar, passaram para as mãos de comentadores profissionais; o palco passou a ser o horário nobre das TV´s. E o insulto, intolerância, piadolas de mau gosto de impacto pessoal, levaram a palma. Nós, os comentadores anónimos apaixonados, mas que respeitávamos o adversário, ficámos para trás. Demos lugar aos que usam e abusam do ódio, emitando os "grandes" da televisão. Os seus "gurus".
E eu deixei de discutir futebol. Desaprendi ou poderei terei sido ultrapassado pela novo paradigma, não posso precisar. A verdade é que não me identifico com agressões verbais e hostilidades gratuítas. Sempre entendi essas atitudes como argumento de quem não tem capacidade para discutir. Atropelo às mais básicas regras da educação e do respeito à liberdade de expressão. Que não é agredir ou insultar.
Hoje, tornou-se raro encontrar quem consiga ver em volta. E perceber os jogos no seu todo. É mais fácil agredir, intolerar, cercear a liberdade de análise da outra parte. E isso, decididamente, não sei fazer.
O FC Porto foi o melhor! Caso contrário, dificilmente chegava à frente desta longa caminhada que é o campeonato maior do futebol português. E teve de ser mesmo muito forte, mais até do que em outras ocasões , uma vez que contou com um adversário direto forte, a jogar muito bem, com grande competência e qualidade - o Sporting. A pertinácia de Amorim transfigurou, para muito melhor, o clube de Alvalade; um digno rival que não permitiu simples deslize ao FC Porto. O que mais valoriza o título dos portistas. Ao Benfica faltou chama e qualidade e, ao Braga, consistência competitiva.
Eu sei que não é fácil para um certo "lobby" de comentadores, herdeiro dos velhos "sábios" lisboetas, quer nas TV´s quer na imprensa, darem a esta vitória o mérito mais do que justo. Alguns, porque têm de fazê-lo, viram de um lado, viram do outro, falam de mudanças para o futebol luso, do VAR, do árbitro, do jogador que sai a custo zero, do treinador que devia aproveitar para sair, e, depois, lá vão dando merecimento ao trabalho dos jogadores do FC Porto, com constrangimento, irritação, "má cara". Alguns até estão "corados", vejam lá bem! O que era um feudo da capital para os seus antepassados, tratavam o FC Porto como os "simpáticos rapazes do norte" ( iam perdendo, à justa, mas iam perdendo!), foi sendo perdido a partir de 78/79. Aqueles que ganhavam de vez em quando, passaram a perder de vez em quando. E os "filhos" dos "doutos comentadores de outrora", aceitam a derrota com dificuldade e nem se preocupam em disfarçar. E, muitas vezes, as hostilidades desportivas são devidas também, note-se, também, a uma linguagem agressiva por parte dos "sábios independentes" e de alguns, note-se, alguns, jornalistas. Destes, lamento profundamente. Quanto aos "adeptos de café" investidos em estrelas televisivas, o melhor é não dar grande atenção. Valem zero.
Mas o hoje é de alegria para o universo portista. E para quem viu pela primeira vez, como eu, o FC Porto ganhar o campeonato em 78/79 e uma festa rija, mas que se restringiu, quase em exclusivo à mítica Avenida dos Aliados (pouco mais), ver agora festa em todo país e mesmo fora dele, apercebe-se de um crescimento exponencial que sempre levou consigo, rumo ao êxito, a cidade que lhe dá nome. E uma enorme felicidade enche os corações "azuis-e-brancos".
O FC Porto foi, algumas vezes, ao longo da época, beneficiado por arabitragens desastradas e "VARES" desatentos? Foi! E prejudicado pelos mesmos? Também! Os adversários directos terão vivido situação diferente? Sim! Quer o Sporting quer o Benfica e mesmo o Braga passaram por momentos iguais: benefícios e prejuízos. Feito o balanço, é sempre o melhor que ganha.Entenda-se benefício e prejuízo como incompetência de árbitros e outros poderes do futebol.
Muita gente merecia destaque nesta hora. No meu caso, apesar de correr o risco de estar a ser injusto, refiro poucos. Sérgio Conceição pelo rigor, liderança, paixão, competência, saber e capacidade de improvisação. Ficar sem dois jogadores essenciais a meio ( Luíz Díaz e Sérgio Oliveira) e conseguir dar a volta à situação, revela grande capacidade e competência para descobrir situações altenativas. E ganhar 3 campeontatos em 5 não é para todos! No FC Porto ou em outro qualquer clube. Destaco os jogadores: um grupo coeso, dedicado, de qualidade, em que titulares e suplentes sempre souberam dar a estabilidade necessária nas diferentes fases da época. Souberam "ser Porto!" Sempre! E os adeptos! Em claque ou a "solo", tiveram a coragem de apontar erros, discutir diferentes pontos de vista, sem nunca hipotecarem os momentos essenciais em que teria de imperar a união e o apoio à equipa. E assim foi. Quando o FC Porto jogava, as diferenças de opinião esbatiam-se, e o apoio era total. Total!
Três vertentes unidas, essenciais para a saborosa vitória. E seria injusto não referir neste momento, duas figuras que estão sempre presentes. Pinto da Costa, claro; em espírito, José Maria Pedroto. Obreiros do "novo" FC Porto. Os mais jovens que não conheçam a obra do Mestre Pedroto, deviam pesquisar e conhecer. Desse modo, vão perceber o porquê do rol de sucessos do futebol e da filosofia que se entranhou no clube, tansformando-o nuns dos maiores do Mundo em qualidade futebolística. Para perceber Sérgio Conceição é conveniente conhecer a obra de Pedroto. Foi este quem tirou os "medos" a uma equipa que, quando ia a Lisboa jogar, passava ponte da Arrábida já a perder por 2-0. "Como nós, um de nós" o feliz slogan também se adequa ao nosso velho, mas eterno, mister Pedroto.
E a minha queria Maria Amélia Canossa! Deixou-nos este ano! Lembrá-la neste momento é incontornável. Também ela, "como nós, uma de nós."
"Oh, meu Porto, onde a eterna mocidade
Diz à gente o que é ser nobre e leal.
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal."
Viva o FC Porto! Parabéns, campeões!
( E aqui vai, com uma lagrimazita a cair.....)
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