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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
Talvez estejam certos os defendem ser demasiado tardia a visita de Guterres a Putin. Porém, parar uma guerra, nunca é tarde. Procurar a abertura dos canais do diálogo é sempre oportuna. O presidente da ONU nunca terá acreditado na ousadia maléfica do ditador russo. Imediatamente antes da invasão, vários foram os políticos que tentaram travar Putin. Sem resultados. Lembrei-me, nessa fase, do "acordo" assinado em Munique entre Chamberlain e Hitler, que de nada valeu, pois os ditadores, além de obstinados, são mentirosos. E o assassino alemão não honrou a assinatura.
Putin já tinha formatado no seu cérebro perturbado o que pretendia fazer. As negociações eram mero disfarce, uma forma de entreter os ocidentais . Se quisesse evitar a invasão e discutir até à exaustão um acordo com o presidente ucraniano, tinha-o feito. Mas o que Putin queria era isto mesmo que está a acontecer. Invadir a Ucrânia, de modo a que a NATO continue longe do seu "Império".
A iniciativa de António Guterres, no início do conflito ou agora, teria o mesmo desfecho. Porque Putin não quer negociar. Já roubou a Crimeia, o Donbass, a Transnístria ( à Moldávia). E quer toda a região que actualmente ocupa. Só falta Odessa. E fecha o mar à Ucrânia, abrindo um corredor rumo ao ocidente. Negociar o quê? Um fascista pára de cometer crimes quando é abatido, afastado do poder ou preso. Ou suicidando-se, claro.
Só o exército russo pode pôr termo à guerra, retirando Putin do poder, à força. O que é pouco provável.
Olhar para a foto acima demonstra o desvio mental do sujeito. Faz sentido receber o presidente da ONU, tal como recebeu Macron, com seis metros de distância, na célebre mesa do Kremlin? Só um paranóico, cobarde, com medo da própria sombra, como são todos os ditadores.
Para perceber Putin, é suficiente olhar a imagem. A distância entre o mundo ocidental, democrático e pacífico fica a uma distância extraordinária do fascismo e das forças bélicas e expansionistas. É exponencialmente proporcional ao tamanho da mesa.
Os políticos radicais, como Putin, não querem, nem sabem dialogar. Apenas oprimir. Obrigar. Mandar.
O diálogo é um privilégio das democracias.
( Créditos fotografia: EPA/Valdimir Astapkovich/Kremlin pool/ Sputnik )
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