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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
Acabei de ouvir Assunção Cristas falar sobre a eutanásia, ou melhor, da forma como deve ser decidido , se sim, se não. É claro que a presidente do CDS é contra, uma vez que é católica. Enfim, não entendo muito bem esta forma de pensar -porque é que os católicos têm de ser contra? A religião católica continua autista, e só não o está mais porque o Papa Francisco é um homem progressita e humanista. E também não entendo como é que Cristas, a católica, desvaloriza tanto uma questão humana, não deixando as pessoas decidirem se querem ou não a morte assistida. Sim, não é uma treta política qualquer, é a...morte assistida!
Mas não foi para falar de religião que escrevi estas linhas. Mas para assumir-me totalmente contra o que sustenta Assunção Cristas. Diz a responsável centrista que não quer um referendo ao assunto. Defende que o Parlamento é o local adequando para decidir sobre um tema daquela responsabilidade. Avança ainda que os partidos políticos deveriam ter nos seus programas eleitorais se são contra ou a favor da eutanásia. Depois de tantos disparates que Cristas já proferiu publicamente, estava convencido de que tinha atingido o limite.
Estava enganado. Afinal, a sereníssima Assunção é imparável no disparate! Como é possível que uma pessoa culta, civilizada, muito bem formada, educada e religiosa, achar que os partidos devem ser os arautos em questões de consciência? E mais, admitir que os deputados ( pasme-se!!) são as pessoas adequadas para decidir, com base no que decidem as cúpulas dos partidos, uma questão tão, mas tão importante e que passa pela consciência de todos nós, portugueses?
É esta forma de fazer política que me irrita. Chamar à liça os deputados, a maioria incompetentes, fazendo "daquilo" o emprego para garantia de reforma. Porque se fossem competentes, seriam os primeiros a dizer: é ao povo que cabe resolver e assumir as responsabilidades; tal como todas as questões de consciência.
Eu não reconheço competência a quem quer que seja para decidir por mim este assunto . Quero votar em referendo! Os partidos políticos, se estiverem de boa-fé, defenderão este processo democrático para levar a cabo uma decisão para este tema.
Atenção, não estou a defender o "contra" ou o "a favor". Isso é outra discussão que não é para aqui chamada. Defendo, sim, uma chamada de todos os portugueses para ser tomada a decisão definitiva. E que seja feito, antes, um amplo debate, onde não deverão estar os partidos políticos ( terão filiados a favor e contra, com certeza), mas pessoas devidamente esclarecidas na matéria, que nos possam mostrar, de forma clara, científica, moral, ética, humana,a razão porque defendem um sim ou um não. Precisamos todos de pensar muito bem, pois a maioria de nós não tem formação suficiente para entender. E não devemos ter dúvidas a decidir. Cabe-nos a todos nós fazê-lo.
Centenas de políticos que ganham a vida a levantar o braço na Assembleia da República, não têm autoridade para decidir este assunto em nosso nome. Não foi para isso que os elegemos.
Mau, muito mau, é que Cristas e outros atribuam àqueles senhores e senhoras de S. Bento uma espécie de divindades iluminadas que sabem tudo, de tudo e sobre tudo. Até o que todos nós pensamos!!
Poupem-nos aos disparates! E não nos suguem as consciências. Deixem-nos ser nós - todos nós - a decidir.
Limitem-se à discussão politico-partidária. Foi para isso que votámos e é para isso que vos pagam. Excessivamente e injustamente.
( Foto Dinheiro Vivo)
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