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Varandas de vidros partidos

por Jorge Santos, em 31.05.22

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  Frederico Varandas anda mal humorado, muito mal humorado! E, por isso, vai na senda dos comentadores televisivos que vomitam ódio todos os dias. E quanto mais ditaribes fazem, menos credibilidade têm no seio da opinião pública. São dispensáveis, claramente. Muitos houve, muitos há e haverá.  O presidente leonino está a chegar a esse ponto negro. Já despejou tanta gasolina nas brasas que o fogo não tardará a chamuscar  as massas. Que estavam sossegadinhas neste período chamado defeso.

 Mas o presidente dos leões não sossega. Incendeia como há muito não se via em Portugal. Graças a Pinto da Costa, Varandas já é uma "estrela" no mundo do futebol luso. Os pontapés que dá, não são na bola, são no presidente do FC Porto e os golos que, eventualmente, marque ainda estão por contabilizar. Porque alguns irão parar dentro da sua baliza. Veremos no fim quando se fizerem as contas.

 O que Varandas  quer para o futebol português é paradoxal com o  que diz. Um presidente de clube deve ser o primeiro a pacificar o que ande agitado. E não pode, por sentir-se ressabiado com inêxitos, disparar hostilidades contra um alvo pré-definido. Muito menos, como pessoa de formação superior, traçar comparações entre tragédias que nunca deveriam acontecer. Ajusta-se bem aquela frase que o povo usa " tão inteligente para umas coisas e tão asno para outras". 

 As afirmações visando Pinto da Costa terão, com certeza, uma estratégia. Não me parece que  Frederico Varandas seja tão impulsivo quando perde que vá, de olhos fechados, a correr para fora de pé. Há um objectivo. Que não consigo discernir.

Se a ideia é desestabilizar o universo portista, vai marcar na própria baliza, ai vai, vai! Entre os sócios do FC Porto há diferentes formas de pensar; há, inclusivamente, críticos à actual administração,  até há quem já não suporte Pinto da Costa na presidência! Mas quando surgem ataques sem sentido ao clube ou  ao presidente, as pessoas pôem de lado diferenças e unem-se. Unem-se mesmo! E esse tem sido o segredo para muitos sucessos.De ataques estão os sócios portistas habituados! E perante estas hostilidades despropositadas, já se  uniram. O que é perfeitamente legítimo. Defendem o clube. É um dever! Está nos Estatutos.

 Se é outra coisa que motiva o ódio de Varandas, lá saberá as linhas com que se cose. Mas esticou demasiado a corda, não se comportou como presidente de uma grande instituição, como é o Sporting. E foi a negação de tudo o que apregoa. Se tem alguma prova do que disse - que Pinto da Costa é um corruptor activo -  poderia dirigir-se ao Minispério Público e fazer uma denúncia. E deixar as massas fanáticas, radicais e perigosas em sossego. No fundo, Varandas foi exactamente igual a esses. E como todos os radicais, não favorece o clube, nem a si e muito menos pacifica as  hostes. Varandas num mau caminho criado por si ...

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publicado às 20:03

A Festa dos Compadres

por Jorge Santos, em 13.05.22

  Nunca gostei de maiorias absolutas. Nem nas instituições que tive o prazer de liderar! Este absoluto vício da democracia pluralista vem comigo quase desde o berço. Mesmo não gostando, aceito. Mas sem resignação. Afirmo sempre que é a democracia o menos mau dos regimes, mas que fica inquinada com maiorias abolutas. Estas têm cheiro e sabor, lembram-me outros tempos, antes e depois de Abril. E o aroma é enjoativo, traz a reminiscência da ditadura, do amiguismo e da falta de equidade.

  Apesar de não gostar, em democracia já levamos com três. A de Cavaco, de onde surgiram alguns dos piores corruptos conhecidos até hoje. A de Sócrates, de triste memória e que nem vale a pena qualificar e, agora, a de Costa que quer fugir de Sócrates como o diabo da cruz. Não confio na gente que ladeou Sócrates! Puro convicção! Nada de científico. Por mim, afastava-me deles.

  Foram maus momentos para a sociedade portuguesa, a vida em maiorias absolutas. Há muita "fome" de poder e alguma de vingança. E há cargos apelativos e bem pagos para os amigos do PS, independentemente da competência e mérito.

 Se com maiorias relativas já passamos as passas do Algarve para aprovarmos um projecto ou concorrermos a determinados programas, em maioria aboluta foi sempre pior. Sendo absoluto o poder, aumenta exponencialmente o perigo de transgressão.

 Não gosto e considero perigoso. Tomando em consideração o que já passámos com tal amontoado de deputados do mesmo partido.

 É mais fácil, com certeza, "A Festa dos Compadres"...

  E estas coisas não são de hoje. Visitemos "As Farpas", de Ramalho Ortigão, escritas em 1889. E prestemos especial atenção ao Tomo XI:

"...Ajoelhemo-nos, reverentes, e ergamos o nosso pensamento ao Altíssimo! Logo que o povo português chegue a ter  a compreensão nítida e perfeita do seu actual destino e da sua presente situação na história , a festa dos compadres, hoje obscura, será a primeira das nossas festas nacionais.
  Há muito tempo que o reino deixou, de facto, de pertencer aos frades, deixou de pertencer à Virgem, deixou de pertencer ao rei, e deixou de pertencer à Carta. (...) O reino, agora, a quem pertence é unicamente ao compadre."

 

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publicado às 19:07

Tapar o sol com a peneira

por Jorge Santos, em 04.05.18

Tolerância zero relativamente à corrupção, diz Ana Gomes a um canal televisivo. Bem prega Frei Tomás...

Não acredito. Nada tenho contra (ou a favor ) de Ana Gomes, mas não acredito que a maioria, sim, a maioria, dos que hoje estão na política, desde as autarquias até aos corredores do alto poder, estejam por ideologia, convicção e dispostos a abdicar de benesses. E é isso que cria a corrupção.

Não acredito nos políticos, de uma forma geral. Sei que os há sérios, leais, competentes e com interesses comunitários. Mas são poucos, muito poucos. E alguns deles, fartos de remar contra a maré, afastam-se, outros, por serem um "embaraço", são afastadas e, finalmente, restam aqueles que optam por entrar no jogo, esquecer ideologias e integrarem o rol imenso dos trafulhas.

Veja-se a "habilidade" das moradas, usadas por alguns deputados  para somarem mais mil euritos ao salário...

E notemos também a altura em que o PS decidiu "pôr a boca no trombone" e desdizer o que disse há anos, a propósito de Sócrates. Agora, porquê? Por que não daqui por seis meses ou um ano? Percebe-se, não é verdade? Daqui a um ano há eleições e é preciso tapar todo este incómodo. Para quem não se deixa enganar, estão a tapar o "sol com a peneira"; mais uma vez, a fazerem de nós parvos. Mas há já quem não embarque nessa estação. E quem embarque sempre, infelizmente...

Pois é, o Carlos César, o Galamba,o Santos Silva, o Costa, quais paladinos da transparência, vão dando uma no cravo outra na ferradura. Falsos, falsos, falsos. Pelo poder até vendem as mães!

De Sócrates já nem vale a pena falar. De Pinho, um burgesso oportunista. São socialistas? Não! São do PS, que é muito diferente. E podiam ser de outro partido qualquer; seriam do que lhe permitisse ter o poder e o dinheiro E usálos a seu bel-prazer. Teriam os PS´s o mesmo discurso se Sócrates e Pinho fossem de outro partido? É claro que não...mas os socialistas teriam.

E, caro Alegre, bom poeta, deixe abrir a Caixa de Pandora. Deixe sair tudo, tudo, tudo. Importante é a transparência e a defesa dos interesses do país. Os ladrões, vigaristas, oportunistas, tenham a profissão que tiverem e ostentem na lapela o emblema político que ostentarem, devem ser investigados, julgados e, se culpados, punidos.O Estado de Direito tem defuncionar!

A mim, a política não me seduz. E creio que os portugueses estão cada vez mais afastados. Propositadamente, os partidos políticos engendram maneira de manter os cidadãos anestesiados e afastados. O importante, para eles, é que alguns vão votar. Alguns. O que é suficiente para lhes garantir a manutenção do emprego!

Não, não sou contra uma sociedade sem partidos! Sou pela democracia e sei da importância que essas organizações têm para a garantir. O problema é que os de Portugal ( e não só!), partidos, claro, tornaram-se máquinas produtoras de corruptos. Essa avaria nos "filtros" tornam-nos perigosos. 

Não é por acaso que essas gigantescas máquinas montaram um sistema que não permite às organizações independentes de cidadãos concorrer às legislativas. Só o podem fazer partidos políticos. E não é fácil recolher cerca de 10 mil assinaturas para criar um partido! E para quê? Pergunto eu? Só sob essa capa é que os cidadãos são capazes de unir-se e elaborar projectos?

A Constituição deveria permitir e potencializar Cidadania. Essencial que fossem os cidadãos livres das amarras partidárias a gerir o  país. E com mandatos de 6 anos ( no máximo), e pronto. A seguir viriam outros.

Portugal não precisa de políticos, Portugal precisa de Cidadãos.

Os governos não precisam de políticos de carreira, mas de portugueses livres com projectos bem delineados para desenvolver. 

E já se pode concluir, se dúvidas houvesse!, que os partidos e os deputados não são livres. Estão presos a poderes económicos ferozes. A teias de interesses com tiques mafiosos. Esta teia só pode ser destruída por Cidadãos livres, sérios, competentes e leais. 

E apetece-me perguntar: os que comeram à mesa com Sócrates e Pinho ( vejam quem eram eles), não sabiam das maroscas? Duvido. E se fossem sérios, afastavam-se e denunciavam. 

Não o fizeram. São cúmplices. Ponto.

 

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publicado às 21:39

Difícil é dar ao povo o que é do povo....

por Jorge Santos, em 02.05.18

  Pedir aumento do salário mínimo é demagogia!

  Pedir abaixamento dos gastos dos políticos é populismo!

  Pedir investimentos nas áreas da saúde pública, educação pública e segurança é desproporcional ao rendimento.

  Reformas e Pensões, são uma dor de cabeça. Qualquer dia, só aos 80 anos!

  Enfim, vendem-nos a ideia de que, tudo o que é cuidar dos cidadãos, dos mais desfavorecidos e do que deveria pertencer a todos nós, tem que crescer, se crescer, aos bocadinhos. Vendem! Há quem compre! Eu não! Prefiro ser apelidado de popolista e demagogo - porque sei que é mentira - do que pertencer à elite de salafrários que colocaram  o investimento social na gaveta, deitando fora a chave.

  Ora digam-me lá se há alguma dificuldade em pagar a Mexias, Bavas e outros gestores de "qualidade superior", decididamente muito bons a gastar ( qual gerir!)  dinheiro que não é deles. É nosso! Até atribuem medalhas a esses iluminados que destroem passo-a-passo a economia de Portugal.

  Custou muito investir o dinheiro público no ex-BES e na CGD? Apareceram milhões num estalar de dedos.

  Houve  ou não houve dinheiro para o Manuel Pinho? Parece quem sim. Que drama para consegui-lo !

 Gasta-se desmesuradamente em empreendimentos para lá colocar empresas públicas, constroí-se, indemniza-se e desconstrói-se o que fora construído. Não falta dinheiro para tal.

 Para os políticos e gestores públicos, paga-se, reforma-se, atribuem-se pensões vitalícias. Dão-se benesses extraordinárias aos ex presidentes da República, que deviam envergonhar os mais empedernidos republicanos. Mas não há problema, o dinheiro nasce...cresce...reproduz-se e ...não morre.

De repente surgem escândalos na ADSE, Montepio, BCP, CTT, etc....e ninguém é responsável. Afinal, que andaram a fazer os ministros e aqueles a quem cabia monotorizar estes serviços? E dinheiro desviado aos milhões...que existia.

 É a corrupção diversa a envolver gente que devia dar o exemplo que ensombra diariamente as notícias. Acaba por ser, já, algo de normal neste país devassado por corruptos.

 Não falta dinheiro para tudo isto.

Mas, para a saúde pública ( centros de saúde, hospitais, apoios), há sempre poucochinho e atribuído de má vontade.

Tal como para a segurança pública, escolas, funcionários, salários mínimos. Para já nao falar em Pensões e Reformas. Nestas, é chocante o que se passa. Não é dinheiro de impostos, mas que pertence aos cidadãos. O estado não deveria tratá-lo como se fosse seu. Afinal, quem mais precisa, vive apertado o mês inteiro, o ano inteiro, a vida inteira. Emprestou parte do salário ao estado e tramou-se. 

Não se justifica haver falta de médicos, de enfermeiros, de professores, de polícias. Nem de infraestruturas onde possam servir o público.

Tal como não se justifica vender a privados os CTT e a EDP. E os combóios e tudo o que mexe e dá lucro. Venderam, apoiam e suprem, quando necessário. Uma promiscuidade abjecta, como a das PPP's.

Mas nunca falta dinheiro.

Só para o essencial é que falta. Mas isso é um pormenor insignificante para os políticos de carreira.

E como a Cidadania ficou destruída devido à  foma como os partidos políticos agiram em 1975/1976, o povo cala, come e ainda apoia quem lhe rouba o dinheiro.

O Estado de Direito é essencial na democracia. Sem dúvida. Mas só se nota quando é o povo a cometer os crimes. Qiando são as elites encartadas, primeiros ministros, ministros da defesa, outros ministros, banqueiros e afins, parece que não existe. Há atenuantes até dizer chega,e esses sem-vergonha passeiam-se pela comunicação social com um desplante que irrita.

Porque da parte do "status quo" dos partidos caseiros já não me livro dos chavões "demagogia" e "populismo", vou mais longe e não me canso de afirmar que os países da Europa do Sul precisam de mudar, rapidamente, de rumo. E, se possível, mandar embarcar os  políticos e banqueiros desta europa comunitária de padrinhos, num dos foguetões do Trump, rumo a Saturno, Urano, Neptuno ou Plutão. Adeus e até nunca mais...

Jorge Santos

 

 

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publicado às 20:16


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