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Critérios editoriais públicos

por Jorge Santos, em 22.07.22

rtp desporto.jpg

  Gosto de ver as notícias ao fim da tarde na televisão. Habitualmente, chego a casa e sintonizo na RTP. Hoje, estava passar o separador, iam começar as notícias de desporto. Não podemos esquecer, em circunstância alguma, estarmos perante uma estação paga, fundamentalmente, pelo erário público. Exige-se um serviço que ponha sempre o interesse das pessoas no topo das prioridades, como convém em qualquer empresa do estado. Sem motivações financeiras ou outras. Apenas o lado noticioso da questão.

 Tratando-se de um orgão de comunicação social, existem critérios específicos na ordem em que passam as notícias - os critérios editoriais. Como qualquer decisão deste teor, a subjectividade impera e varia em função de quem edita a informação. 

 E o editor de hoje, não sei quem é nem me interessa, optou abrir com o futebol. Apesar de estarem a decorrer os campeonatos mundiais de atletismo, os resultados de hoje não foram relevantes, por isso, aceita-se o início. Mas dentro do futebol há, apenas, duas notícias - um encontro de preparação do SL Benfica  e o jogo do  V. Guimarães para as pré-eliminatórias das competições europeias e que os minhotos venceram por 3-0 a uma equipa húngara. Qual seria o critério mais lógico para iniciar?

 Eu iniciaria com o triunfo dos vimaranenses que, praticamente, ficaram no patamar seguinte das provas da Europa; e, além disso, tratava-se de um jogo oficial. Pois o o editor abriu com o SL Benfica e a sua vitória frente ao Girona, em jogo treino. A seguir, o atletismo e, no fim, o V. Guimarães. Parece que atirou a moeda ao ar para decidir. Mas não atirou....

 A minha observação tem a ver com o facto de ser na RTP. Fosse um canal privado e nada surpreenderia. Aliás, em alguns desses canais, certos jornalistas fazem exactamente o contrário do que está determinado no seu código deontológico; portanto, não surpreendem os critérios.

 Eu sei que o Benfica vende! Mas a RTP não devia ter isso como móbil na ordem em que  escalona as notícias. As mais importantes eram os campeonatos mundiais de atletismo e o 13º lugar na marcha para a portuguesa Inês Henriques e o triunfo do Vitória numa competição europeia. 

 Porque é que o editor decidiu de outro modo? Não sei. Talvez tenha pensado nos "seis milhões de benfiquistas" ou no interesse comercial. Mas tem de perceber que, na RTP, desta vez, os milhares de vitorianos mereciam ficar à frente. 

 Parece um assunto de "lana caprina". Mas não é!

 Define, claramente, a forma com o são tratadas as notícias no canal público em função da região geográfica de onde são os protagonistas.

 Foi a primira vez? Não! Geralmente é assim. Infelizmente. Mas na RTP não deveria ser. Nunca!

 

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publicado às 21:49

Palmas para ti, campeão, que bem mereces!

por Jorge Santos, em 08.05.22

fcp campeao.jpg

  O FC Porto foi o melhor! Caso contrário, dificilmente chegava à frente desta longa caminhada que é o campeonato maior do futebol português. E teve de ser mesmo muito forte, mais até do que em outras ocasões , uma vez que contou com um adversário direto forte, a jogar muito bem, com grande competência e  qualidade - o Sporting. A pertinácia de Amorim transfigurou, para muito melhor,  o clube de Alvalade; um digno rival que não permitiu simples deslize ao FC Porto. O que mais valoriza o título dos portistas. Ao Benfica faltou chama e qualidade e, ao Braga, consistência competitiva. 

 Eu sei que não é fácil para um certo "lobby" de comentadores, herdeiro dos velhos "sábios" lisboetas, quer nas TV´s quer na imprensa, darem a esta vitória o mérito mais do que justo. Alguns, porque têm de fazê-lo, viram de um lado, viram do outro, falam de mudanças para o futebol luso, do VAR, do árbitro, do jogador que sai a custo zero, do treinador que devia aproveitar para sair, e, depois, lá vão dando merecimento ao trabalho dos jogadores do FC Porto, com constrangimento, irritação, "má cara". Alguns até estão "corados", vejam lá bem! O que era um feudo da capital para os seus antepassados, tratavam o FC Porto como os "simpáticos rapazes do norte" ( iam perdendo, à justa, mas iam perdendo!), foi sendo perdido a partir de 78/79. Aqueles que ganhavam de vez em quando, passaram a perder de vez em quando. E os "filhos" dos "doutos comentadores de outrora", aceitam a derrota com dificuldade e nem se preocupam em disfarçar. E, muitas vezes, as hostilidades desportivas são devidas também, note-se, também, a uma linguagem agressiva por parte dos "sábios independentes" e de alguns, note-se, alguns, jornalistas. Destes, lamento profundamente. Quanto aos "adeptos de café" investidos em estrelas televisivas, o melhor é não dar grande atenção. Valem zero. 

  Mas o hoje é de alegria para o universo portista. E para quem viu pela primeira vez, como eu, o FC Porto ganhar o campeonato em 78/79 e uma festa rija, mas que se restringiu, quase em exclusivo à mítica Avenida dos Aliados (pouco mais), ver agora festa em todo país  e mesmo fora dele, apercebe-se de um crescimento exponencial  que sempre levou consigo, rumo ao êxito, a cidade que lhe dá nome. E uma enorme felicidade enche os corações "azuis-e-brancos".

  O FC Porto foi, algumas vezes, ao longo da época, beneficiado por arabitragens desastradas e "VARES" desatentos? Foi! E prejudicado pelos mesmos? Também! Os adversários directos terão vivido situação diferente? Sim! Quer o Sporting quer o Benfica e mesmo o Braga passaram por momentos iguais: benefícios e prejuízos.  Feito o balanço, é sempre o melhor que ganha.Entenda-se benefício e prejuízo como incompetência de árbitros e outros poderes do futebol.

                                                 

xico conceiçao mais futebol.jpg

 Muita gente merecia destaque nesta hora. No meu caso, apesar de correr o risco de estar a ser injusto, refiro poucos. Sérgio Conceição pelo rigor, liderança, paixão, competência, saber e capacidade de improvisação. Ficar sem dois jogadores essenciais a meio ( Luíz Díaz e Sérgio Oliveira) e conseguir dar a volta à situação, revela grande capacidade e competência para descobrir situações altenativas. E ganhar 3 campeontatos em 5 não é para todos! No FC Porto ou em outro  qualquer clube. Destaco os jogadores: um grupo coeso, dedicado, de qualidade, em que titulares e suplentes sempre souberam dar a estabilidade necessária nas diferentes fases da época. Souberam "ser Porto!" Sempre! E os adeptos! Em claque ou a "solo", tiveram  a coragem de apontar erros, discutir diferentes pontos de vista, sem nunca hipotecarem os momentos essenciais em que teria de imperar a união e o apoio à equipa. E assim foi. Quando o FC Porto jogava, as diferenças de opinião esbatiam-se, e o apoio era total. Total!

 Três vertentes unidas, essenciais para a saborosa vitória. E seria injusto não referir neste momento, duas figuras que estão sempre presentes. Pinto da Costa, claro; em espírito, José Maria Pedroto.  Obreiros do "novo" FC Porto. Os mais jovens que não conheçam a obra do Mestre Pedroto, deviam pesquisar e conhecer. Desse modo, vão perceber o porquê do rol de sucessos do futebol e da filosofia que se entranhou no clube, tansformando-o nuns dos maiores do Mundo em qualidade futebolística. Para perceber Sérgio Conceição é conveniente conhecer a obra de Pedroto. Foi este quem tirou os "medos" a uma equipa que, quando ia a Lisboa jogar, passava ponte da Arrábida já a perder por 2-0. "Como nós, um de nós" o feliz slogan também se adequa ao nosso velho, mas eterno, mister Pedroto.

  E a minha queria Maria Amélia Canossa! Deixou-nos este ano! Lembrá-la neste momento é incontornável. Também ela, "como nós, uma de nós."

"Oh, meu Porto, onde a eterna mocidade
Diz à gente o que é ser nobre e leal.
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal."

Viva o FC Porto! Parabéns, campeões!

( E aqui vai, com uma lagrimazita a cair.....)

                                 

 

                                                              

sergio conceição campeão.jpg

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publicado às 15:34


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