Alojamento: SAPO Blogs
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
Os futebolistas e treinadores, profissionais, note-se, têm o mau hábito de beijar o emblema, jurar amor ao clube, estão a cumprir o sonho de uma vida, não se importavam de permanecer por ali a carreira toda. Vão até ao mobiliário, quando consideram estar "na cadeira de sonho". São algumas das barbaridades que embelezam os seus discursos, cada vez mais raros para poderem explicar-se melhor.
Depois, esquecem o poder das redes sociais e espalham-se ao comprido. E algo muito importante: são profissionais!
O que esperar de um profissional numa equipa de futebol? Isso mesmo, profissionalismo. Entrega ao jogo, respeito ao clube e seus adeptos e não regatear esforços para ajudar o emblema. Não precisam de beijá-lo. Basta respeitá-lo. E no fim, uma saudação generosa aos adeptos é o suficiente para criar empatia.
Compreendem-se os excessos " de amor". A determinação e concentração no jogo, quando há dificuldades e o objectivo é conseguido, as manifestações de júbilo são espontâneas e compreensivas.
Já não se compreende quando, numa estrevista de vida, com calma e tranquilidade, fazem essas tais juras estúpidas.
Passado um ano, dois, ou menos, estão a apaixonar-se pelo emblema vizinho. A razão? Mais euros, libras ou dólares. Como profissionais têm de procurar as melhores condições salariais, com certeza. Mas deviam ser instruídos pelos gabinetes de comunicação ( hoje têm uma força excessiva, quase doentia) a não afirmarem tanta paixão, tanto amor, tanta vontade de assinarem um contrato de 10 anos...
Muitos têm de viver, depois, com o reverso da situação. Alguns até tatuagens são obrigados a apagar, para a vergonha não ser tão grande.
Por exemplo, um treinador chegou a um clube e teve a lata de afirmar: "estou na minha cadeira de sonho". Induziria uma longa ligação al clube. Qual quê? Saiu, tardiamente, atrás do dinheiro, muito dinheiro com que lhe acenaram. E a cadeira foi para a despensa.
Agora, este "mister" recebe o troco. " Deixou a cadeira de sonho para ir atrás das libras!" E a credibilidade máxima que poderia ter no clube, perdeu grande parte no caminho atrás das libras. E se for candidato a presidente, poderá vencer, mas nunca com uma larga maioria.
Assumir o profissionalismo é o maior crédito que um futebolista ou treinador pode ter num clube.
Amor eterno é treta. No futebol e no resto.
LUÍS EDUARDO AUTE
Nasceu em Manila, nas Filipinas, em 1943 e faleceu em Madrid, em 2020, vítima de AVC. Tinha 76 anos.
Fez quase toda a sua carreira em Espanha e foi uma voz marcante no final do franquismo e durante a Transicção democrática.
Luis Eduardo, além de compositor e cantor foi, também, poeta, pintor e realizador de cinema.
Fica o tema " Sin Tu Latido", ao vivo. Uma gravação antiga de uma das suas (muitas) belas canções.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.