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Juras de amor eterno.

por Jorge Santos, em 17.06.22

beijar o emblema.jpg

  Os futebolistas e treinadores, profissionais, note-se, têm o mau hábito de beijar o emblema, jurar amor ao clube,  estão a cumprir o sonho de uma vida,  não se importavam de permanecer por ali a carreira toda. Vão até ao  mobiliário, quando consideram estar "na cadeira de sonho". São algumas das barbaridades que embelezam os seus discursos, cada vez mais raros para poderem explicar-se melhor.

 Depois, esquecem o poder das redes sociais e espalham-se ao comprido. E algo muito importante: são profissionais!

 O que esperar de um profissional numa equipa de futebol? Isso mesmo, profissionalismo. Entrega ao jogo, respeito ao clube e seus adeptos e não regatear esforços para ajudar o emblema. Não precisam de beijá-lo. Basta respeitá-lo. E no fim, uma saudação generosa aos adeptos é o suficiente para criar  empatia.

 Compreendem-se os excessos " de amor". A determinação e concentração no jogo, quando há dificuldades e o objectivo é conseguido, as manifestações de júbilo são espontâneas e compreensivas.

 Já não se compreende quando, numa estrevista de vida, com calma e tranquilidade, fazem essas tais juras estúpidas. 

 Passado um ano, dois, ou menos, estão a apaixonar-se pelo emblema vizinho. A razão? Mais euros, libras ou dólares. Como profissionais têm de procurar as melhores condições salariais, com certeza. Mas deviam ser instruídos pelos gabinetes de comunicação ( hoje têm uma força excessiva, quase doentia) a não afirmarem tanta paixão, tanto amor, tanta vontade de assinarem um contrato de 10 anos...

 Muitos têm de viver, depois, com o reverso da situação. Alguns até tatuagens são obrigados a apagar, para a vergonha não ser tão grande.

 Por exemplo, um treinador chegou a um clube e teve a lata de afirmar: "estou na minha cadeira de sonho". Induziria uma longa ligação al clube. Qual quê? Saiu, tardiamente, atrás do dinheiro, muito dinheiro com que lhe acenaram. E a cadeira foi para a despensa.

 Agora, este "mister" recebe o troco. " Deixou a cadeira de sonho para ir atrás das libras!" E a credibilidade máxima que poderia ter no clube, perdeu grande parte no caminho atrás das libras. E se for candidato a presidente, poderá vencer, mas nunca com uma larga maioria.

  Assumir o profissionalismo é o maior crédito que um futebolista ou treinador pode ter num clube.

  Amor eterno é treta. No futebol e no resto.

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publicado às 20:51

Assobios de burro...

por Jorge Santos, em 03.06.22

cabeça de burro.jpg

  Alguns espanhóis assobiaram o hino português no último jogo entre as duas seleções. Se o mítico Cristiano Ronaldo já tem os ouvidos vacinados contra vaias, o hino e a bandeira não justificam tal tratamento. E, com certeza, a esmagadora maioria do povo de Espanha ( 99,99999...%) pensará o mesmo.

   É fundamental saber que tipo de modalidade desportiva recebeu gente tão mal formada. Futebol, meus caros, futebol....

 Como entusiasta, lamento profundamente o que aconteceu. Já assisti a inúmeros jogos entre as duas seleções, nas mais diversas modalidades. Alguma tensão no hóquei em patins em tempos idos, mas nunca manifestações tão hostis à bandeira e ao hino.

  Que se assobiem jogadores, treinadores, que haja troca de "mimos" entre adeptos, faz parte, desde sempre, e é suportável desde que finde quando o jogo termina. 

 Vaiar hinos e bandeiras só para gente com debilidade mental, nacionalistas radicais e xenófobos. Tal como desrespeitar o "minuto de silêncio". Nada tem a ver como jogo, mas com o ódio ao país em causa. E é no futebol que se vê com mais frequência.

  Não vale a pena alertar, realertar, ensinar bons modos e boa educação, respeito pelos países dos outros ou respeito por eles próprios. Pessoas destas envergonham o país a que pertencem e estão a mais num espectáculo desportivo. São como ervas daninhas.

  Quem não sabe ser adepto, ou não quer, não pode sê-lo. As tutelas do futebol precisam tirar do espectáculo estes escroques. Perigosos, por sinal.  Porque se a moda pega, é mais um gesto inadmissível entre tantos que já vão ensombrando os jogos da bola.

  Sem esta gente execrável, um jogo de futebol fica muito mais bonito!

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publicado às 20:09

O intrometido na Corte

por Jorge Santos, em 23.05.22
"É como estares no cinema com a tua companheira, sentados lado a lado, e vir um indivíduo colocar-se no meio. É chato! No mínimo. E começas a equacionar o motivo que levou o sujeito a chegar ali! 🙂 🙂 Depois, insultas. Ou não?
 
  Eu era puto e os adeptos do FCP residiam quase todos na região do Porto ou, então, tinham ligação familiar ou sentimental à cidade Invicta, como era o meu caso, que nasci na zona de Aveiro e aí vivi até aos 18 anos. Os 43 seguintes, no Porto e em Gaia. Enquanto frequentei a "primária" e o Liceu, não tive um único colega que fosse portista! 90% seriam adeptos do Benfica e a grande maioria dos restantes, do Sporting. Havia mais simpatizantes do Belenenses do que do Porto! Para eles, nessa época, entre 1967 e 1977, o FCP era assim uma espécie de CUF, V. Setúbal , V. Guimarães, Académica ou Leixões. Ser do FC Porto consistia numa "anormalidade". " Como é que este gajo é do FC Porto?!'" - questionavam.
  Evidentemente, nas conversas de café, ninguém se preocupava se o FCP perdia ou ganhava porque, no fim o campeão era sempre...o Benfica ou Sporting. Os "andrades", coitados. Até tinham pena! Quais" penalties" a favor, quais foras de jogo. Era a rapaziada simpática do Porto. Muito pura, muito genuína e bairrista. Gente do "antes quebrar que torcer". E isto era afirmado como elogio. E o clube andava no ramerrame. Passou 19 anos sem cheirar o título! A primeira vez, para mim, foi em 77/78. O anterior tinha sido em 58/59, ainda eu não tinha nascido. Como não faziam mossa aos clubes da capital, pouco importava como lidavam as arbitragens com os seus jogos. Os putos do meu tempo de escola, acho que pensavam que os campeonatos seriam sempre divididos entre o SLB e o SCP ! 🙂 🙂 Eternamente... E talvez fosse eu o único que via futebol ao vivo ( desde os 5 anos!). Pelo que não caía nesse embuste!
  Hoje, quando observo adeptos portistas a festejar em todas as cidades do país e até no estrangeiro, sinto uma felicidade imensa! E ao ler comentários pelas redes sociais de gente a menorizar os feitos dos jogadores do FCP, compreendo o incómodo que o clube causa aos adeptos dos lisboetas. É como estares no cinema com a tua companheira, sentados lado a lado, e vir um indivíduo colocar-se no meio. É chato! No mínimo. E começas a equacionar o motivo que levou o sujeito a chegar ali! 🙂 🙂 Depois insultas, ou não?
Quem ganha campeonatos, é porque tem melhor equipa. Hoje, ou nos anos 60 e 70 do século passado, em que ganhavam os crónicos de Lisboa. Simples. Eram mais fortes! Não entender isto é não perceber patavina do jogo da bola. Ou então ser mentecapto.
  Para um puto que era o único " ser estranho" na escola por ser do FCP, olhar em volta é magnífico. Não, não é por ver os outros a perder, isto  não faz parte da minha forma de estar no desporto, é por ver o FC Porto a ganhar. Saúdo os que apoio e não hostilizo os outros emblemas. Sei o que é perder! Custa! 
Saúde e longa vida aos adversários, pois dignificam as nossas vitórias!
Viva a dobradinha! As tripas são muito boas! Eu gosto!
Viva o F C PORTO!!"
 

marquês.jpg

 

 
 

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publicado às 11:12


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