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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
No início dos seus dias, a SPORT TV foi uma referência. Notava-se, sem dificuldade, uma força, atitude e linha editorial vencedora. Os seus jornalistas que acompanhavam os jogos de futebol eram contidos na verve e na histeria, como devem ser os relatadores de futebol na televisão.
Quem teve o privilégio de aprender ou o bom senso de saber que relatar futebol na TV e na rádio são formas diferentes de expressão, faz um trabalho decente e agradável para o tele-espectador. Entretanto, até hoje, muita água passou debaixo da ponte do canal. E tudo mudou. Só não mudaram os princípios que norteiam o relato televisivo e o radiofónico. Mas a Sport TV ignora isso por completo. E alguns dos seus relatadores usam e abusam do entusiasmo, do relato e do pormenor. E esquecem o mais importante: nós, telespectadores, estamos a ver. Não precisamos que nos digam o que estamos a ver. E o entusiamo no festejo de um golo ou um corte " na hora H", é por nós festejado, sem precisarmos da ajuda do relatador. Na rádio sim, têm de nos fazer "ver". E, felizmente, ainda há reatos radiofónicos. O vídeo (TV) ainda não matou a estrela da rádio! A meu ver, é imortal!
Neste fim de semana ( 13, 14 e 15 de Agosto de 2022), uma nova época arrancou, mas os vícios dos locutores/jornalistas/relatadores, continuam. No Casa Pia-Benfica, foi um exagero. Tive de baixar o volume para conseguir aguentar a "fúria" relatadora do Pedro Nascimento; relatou o jogo tal e qual se faz na rádio. Os tons, as inflexões, o detalhado movimento da bola, as subidas e descidas do entusiasmo e o clímax nos golos, gritados! Pura rádio! Erro televisivo.
Também não consigo entender num canal nacional, o motivo pelo qual o Rui Pedro Rocha está sempre em Alvalade. Muito mais contido que o Nascimento, usa um procedimento que eu gostaria de ver em todos os outros jogos. Calar-se enquanto é cantado o hino da equipa local ( no caso dele é sempre o Sporting); por vezes o jogo já decorre , o público vai terminando de cantar e, só a partir desse momento, volta a falar do jogo. Assim deveria ser em TODOS os campos. Se só acontece em Alvalade, mal vai a confraria. E não acerta o passo, pois já assim era na época anterior.
E os "catedráticos"? Bem, hoje só há um, o Freitas Lobo. Ele fala dos movimentos do jogador, se está no sitio certo ou devia estar mais ao meio, se o resultado pode virar, mas para isso o atleta x devia subir mais, etc, etc,etc. Gostava de ter visto o Freitas Lobo, nos seus tempos de juventude, a jogar futebol, não sei como não deu em génio. Agora, devia dedicar-se a treinador. E o futebol positivo iria encantar-nos a todos. Só que no sofá é mais fácil...
No fundo, não passa de uma cópia mal tirada do verdadeiro "catedrático" da bola de outros tempos: o grande Gabriel Alves ( para não falar de anteriores, que os houve). Esse sim, tinha estilo. Ele sabia tudo dos jogadores: idade, peso, por onde passaram, se preferem jogar com "o direito" ou com "o esquerdo", se rematam assim, se rematam assado. Mas tudo era dito com ponderação, sem levantar muito o tom de voz (claro, nós estávamos a ver!); Voz bem colocada, límpida, o que dizia, com tranquilidade, era agradável de ouvir. Outro esquecimento dos jornalistas desportivos de TV: a escrita é uma coisa, a locução é outra. Estilos e formas diferentes. Estudam comunicação social para quê?
Mas hoje, na SPORT TV, vale tudo. Bola para a frente e fé em Deus, ou como dizia o Herman José, "...tudo à molhada; que isto é futebol total".
Mas nós, os assinantes desse canal, porque pagamos, e não é pouco, merecíamos mais qualidade por parte do "staff" da casa. E não custava muito, bastava colocar as pessoas certas a fazerem o trabalho certo. Como quando criaram a inovadora Sport TV.
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