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"Dia triste para os americanos"

por Jorge Santos, em 24.06.22

american-flag.jpg

 A política americana sempre foi um espectáculo. De mau gosto e muito pouca dignidade. Tendencialmente conservadora, as decisões geram sempre contestação. Porém, Trump trouxe para o reino republicano um ultraconservadorismo que indigna quem é progressista. E assusta! São estes ultraconservadores que proliferam no Senado e nos meios judiciais. Não admira que um direito adquirido há 50 anos, possa vir a ser revogado: o aborto.

  E esses políticos e juízes denominados "originalistas", não se ficam pela vontade de acabar com direitos de há muito, mas também  entenderem o porte de armas de fogo, na rua, por parte dos cidadãos,  um direito constitucional. Logo, devem fazê-lo à vontade.

 Estou de acordo com Joe Biden quando afirma ter sido hoje um dia triste para a América e para os americanos. É sempre de lamentar quando são rejeitadas ideias progressistas e humanistas, reabilitando-se normas de uma constiuição feita há mais de três séculos. O que dizer disto? Não sei! O povo americano, principalmente as mulheres, se calhar, também não.  Como progressista sinto vergonha alheia.

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publicado às 19:48


8 comentários

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De Maria João Estêvão a 25.06.2022 às 10:37

Controlam mais o corpo das mulheres do que as armas. Não se pode dizer muito de um país assim...
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De Jorge Santos a 27.06.2022 às 23:06

Totalmente de acordo, Maria João. Boa semana
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De João Gil a 25.06.2022 às 12:53

Em Portugal a lei que consagra a IVG é uma lei ordinária (da AR) e não está na constituição. Não é por isso que as pessoas se andam a descabelar nas ruas por a lei não estar na constituição. Significa isso que amanhã, uma qualquer maioria diferente da que aprovou a lei de 2007, caso ela viesse a formar-se na sociedade, poderia alterar o sentido da lei que hoje vigora através de uma nova lei. O que se passa nos EUA, não sendo rigorosamente igual, (re)coloca o direito ao aborto num plano legislativo hierárquico inferior ao da constituição americana. Há estados que têm leis a favor e outros que têm leis contra. O direito à eutanásia também não vai figurar na constituição da república portuguesa. Nem teria que lá estar. Seria um absurdo e um disparate sem nome. O direito ao aborto ou à eutanásia não são propriamente direitos fundamentais do ser humano. Nem tudo tem que estar escarrapachado na constituição. Mas entende-se. Nos EUA a deriva da cultura de cancelamento e da cultura Woke produz depois resultados dos opostos como o que se verificou agora no supremo tribunal federal. Esperado…
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De Anónimo a 26.06.2022 às 16:20

"Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo contra a NATO nas ruas do centro de Madrid, cidade que acolhe a cimeira da Aliança Atlântica entre terça e quinta-feira."
Porque é que estes filhos da puta não vão para a praça vermelha do Kremlin fazer a manifestação contra a guerra da Ucrânia?
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De Manuel da Rocha a 26.06.2022 às 19:42

Ao contrário do que diz, o supremo tribunal americano NÃO REVOGOU O ABORTO. Revogou 2 leis que era usadas como base para TODAS AS LEIS ESTADUAIS.
Ao retirar essas, caberá a cada estado legislar como quiser. É que não sabe mas, será possível abortar até à 38 semana, em Nova York e Califórnia, por decisão da mulher. Também é engraçado que não fala de que na Califórnia é possível obrigar uma mulher a abortar, se o homem apresentar provas que o feto não é seu e está casado com ela, antes da data da concepção. Esta alteração vai obrigar a revisitar essas leis e obrigar cada estado a criar uma lei própria. Tal como a gravidez externa e barrigas de aluguer, que são permitidas em 4 estados americanos e proibidas nos outros, o aborto será a mesma coisa.
Não cancela o aborto e passa a punir as mulheres e quem o faça. Depende da legislação dos estados. Ohio e Missouri já tinham leis aprovadas, que estavam suspensas, pelo supremo, foram validadas, com esta decisão. Os outros, podem fazer conforme quiserem.
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De Manuel da Rocha a 26.06.2022 às 19:50

Acerca das armas, sabe que os EUA tem mais de 80000 milhões de armas ilegais? Está a ver a população portuguesa? São 8000 armas de fogo, ilegais, por cada português. A população americana é 50 vezes superior. Desde a constituição que isso ficou defendido, em que cada americano deve ter uma arma para defesa pessoal, para contrariar os bandidos. Na altura eram gangs e mafiosos. Agora são gangs e grupos de criminosos. É por isso que os EUA são o país onde mais forças polícias são mortos em serviço e onde destroem milhões de armas ilegais a cada ano, sendo que aparecem mais do que as destruídas. As legais provocam poucos danos, comparadas com as ilegais. Um massacre dá muito tempo de antena, já viu que foram mortos 19 pessoas e cá em Portugal, morreram 35 pessoas, em acidentes de viação, nessa semana. Viu alguém a protestar contra essas mortes? Como "progressista" deve ter dito que "deve ser preciso pagar mais 7000 euros, para tirar a carta de condução e andar a fazer exames a cada 5 anos, pagando 1000 euros para a escola de condução revalidar a autorização para uma pessoa conduzir". Ao mesmo tempo apoia quem diz que já é muito complicado tirar a carta de condução...
Se se informasse antes, então podia protestar, sem informação nem sabe do que está a escrever.
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De Jorge Santos a 27.06.2022 às 23:04

Caro Manuel da Rocha, obrigado pelos seus comentários. Tenho muito apreço pela sua opinião e por todos esses números que cita. Mas está claro que o meu estimado leitor gosta dos conservadores - e tem todo o direito, todo! Eu, não! Sou progressista e tenho o mesmo direito de expressar o que penso. Quanto à falta de informação da minha parte, só lhe dou um conselho, leia o que escrevi e interprete. É um artigo de opinião e não um ensaio ou esquiço de um livro técnico. Como é óbvio, estamos em linha opostas, as nossas matrizes ideológicas são antagónicas e, portanto, jamais chegaremos a um ponto comum. Uma boa semana para o meu amigo. Obrigado
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De Anónimo a 26.06.2022 às 22:16

Nos primeiros 4 meses de 2022 morreram por armas de fogo nos EUA cerca de16 mil pessoas, os feridos são na casa das centenas de milhar.
Há conflitos entre povos e/ou nações que não têm tantas baixas.
E escrevo isto com mágoa, pois sou um democrata que defende as democracias.

Cumprimentos

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