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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
Primeiro, foram os enfermeiros a denunciar o caos nas urgências de alguns hospitais públicos. Agora, foi o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, após visita às urgência de Gaia. Parece que estamos num cenário de guerra, tal a desordem de macas amontoadas pelos corredores de todos os pisos, disse o Bastonário. Mas quem sempe criticou as urgências hospitalares foram os utentes, principalmente pelo tempo de espera. E o que foi feito? Nada!
A administração do Centro Hospitalar visado ( Gaia/Espinho) vai apelar, novamente, ao ministro da tutela que, parece, tem "boas surpresas" para esta unidade de saúde. Se as têm, que as "ofereça". Os doentes e os seus familiares não merecem ser tratados como se vivessem em cenário de guerra, não acha, senhor ministro, Dr. Adalberto Campos Fernandes?.
O hospital gaiense não é, porém, o único em tais condições lamentáveis. Nos últimos três anos, por doença grave de familiar, tive de frequentar várias vezes as urgências de diferentes hospitais centrais. E, caros amigos, não havia um melhor do que o outro. Todos péssimos! Nas urgências, nos corredores, falta de camas, obrigando doentes de um serviço a terem de ir para outro e, depois,no dia seguinte, ninguém saber onde o doente se encontrava. Enfim, o que o sr. bastonário encontrou é geral.É o país. O país real que tantos teimam em esconder das mais diversas formas.
No entanto, em todas essas unidades de saude, só tenho de enaltecer o trabalho e empenhamento quer de pessoal médico quer de enfermagem. Autênticos heróis no meio daquele caos. Honra lhes seja feita.
O problema, parece-me, tem a ver com organização e administração, por um lado e verbas orçamentais, por outro. Lamentável que os serviços públicos ( neste caso de saúde), destinados a garantir um direito constitucional, sistematicamente ignorado por quem devia evitar essa situação, os governos ( sim, este, o anterior o anterior, etc.) que só pensam em política-partidária para deterem o poder. Importante é ter o poder! Depois...népias. Quer oposições quer governos, têm valido zero para os cidadadãos mais carenciados.
Quando se fala nos milhões desviados do bancos, dos políticos corruptos, das negociatas de milhões entre políticos e entidades privadas, salários e pensões de políticos e administradores públicos, não há ai nem ui. Mas quando são necessários uns milhares de euros para que os cidadãos tenham uma vida mais digna que respeite a nossa Constituição, é uma desgraça, um drama, uma dificuldade tremenda. Uma dor de cabeça. A seguir, criam-se impostos, taxas e mais taxas, mas os serviços públicos continuam a marcar passo.
Exijamos os nossos direitos! A nação não é de "meia dúzia" de políticos manipuladores, É nossa!
Que nunca nos faltem forças para lutar, até conseguirmos ter competência, empenhamento e seriedade naqueles que gerem Portugal.
Mas nunca, nunca mesmo, deixemos a resignação tomar conta dos nossos direitos mais básicos!
( Foto: Sul Informação)
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