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Assobios de burro...

por Jorge Santos, em 03.06.22

cabeça de burro.jpg

  Alguns espanhóis assobiaram o hino português no último jogo entre as duas seleções. Se o mítico Cristiano Ronaldo já tem os ouvidos vacinados contra vaias, o hino e a bandeira não justificam tal tratamento. E, com certeza, a esmagadora maioria do povo de Espanha ( 99,99999...%) pensará o mesmo.

   É fundamental saber que tipo de modalidade desportiva recebeu gente tão mal formada. Futebol, meus caros, futebol....

 Como entusiasta, lamento profundamente o que aconteceu. Já assisti a inúmeros jogos entre as duas seleções, nas mais diversas modalidades. Alguma tensão no hóquei em patins em tempos idos, mas nunca manifestações tão hostis à bandeira e ao hino.

  Que se assobiem jogadores, treinadores, que haja troca de "mimos" entre adeptos, faz parte, desde sempre, e é suportável desde que finde quando o jogo termina. 

 Vaiar hinos e bandeiras só para gente com debilidade mental, nacionalistas radicais e xenófobos. Tal como desrespeitar o "minuto de silêncio". Nada tem a ver como jogo, mas com o ódio ao país em causa. E é no futebol que se vê com mais frequência.

  Não vale a pena alertar, realertar, ensinar bons modos e boa educação, respeito pelos países dos outros ou respeito por eles próprios. Pessoas destas envergonham o país a que pertencem e estão a mais num espectáculo desportivo. São como ervas daninhas.

  Quem não sabe ser adepto, ou não quer, não pode sê-lo. As tutelas do futebol precisam tirar do espectáculo estes escroques. Perigosos, por sinal.  Porque se a moda pega, é mais um gesto inadmissível entre tantos que já vão ensombrando os jogos da bola.

  Sem esta gente execrável, um jogo de futebol fica muito mais bonito!

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publicado às 20:09


2 comentários

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De SAP3i a 05.06.2022 às 20:18

1 – Mas não serão as "identidades" que estarão a mudar?
2 – Elas, no decurso da história, não estão condenadas a fazerem-se e a refazerem-se?
3 – Com a perda de soberania (económica, jurídica, orçamental, militar/nato, política, simbólica, etc.), por efeito da destruturação que lhes é feita pelo projeto político designado "União Europeia", não se irão outra vez reconfigurar (tal como nas “Primeira” e “Segunda” Guerras Mundiais, para não ir mais longe)?
4 – Por exemplo: “Zaporizhzhia” foi fundada pela Rússia em 1770. Tinha o nome de Alexandrovskaia, fazia parte da linha de defesa do Dnieper. Em 1775, a Rússia e o Império Otomano assinaram o tratado de paz de “Küçük Kaynarca”, segundo o qual as terras do sul da planície russa e da península da Crimeia se tornaram territórios governados pela Rússia. Razão pela qual perdeu o seu significado militar e se converteu numa pequena cidade rural provincial, conhecida desde 1806 pelo nome de “Alexandrovsk”. Desde 1806 até 1920 foi sempre uma pequena cidade rural do Império Russo. Voltou a adquirir importância durante a industrialização realizada pelo governo soviético em 1920–1930. À sua volta a Rússia construiu uma das maiores hidroeléctricas da Europa dessa época, construiu a fábrica siderúrgica designada "DnieproHES”, construiu a fábrica de alumínio designada “DAZ”, e construiu uma das maiores centrais nucleares da Europa. Agora, depois de um tratado imposto à Rússia em 1991 pelos EUA/Nato, dizem que é “Ucrânia”, e até tem hino, que cantam.
5 – Ou “Kherson”. Que foi fundada pela Rússia, por decreto de Catarina, a Grande, em 18 de junho de 1778. Em 1783 a Rússia construiu o estaleiro naval, e no mesmo ano a “Kherson Shipping Company” iniciou a sua actividade. A cidade foi ocupada pelos nazis do “Terceiro Reich” entre 19 de agosto de 1941 a 13 de março de 1944. Kherson foi libertada pelo sangue, mortes, e coragem dos russos. Agora, depois de um tratado imposto à Rússia em 1991 pelos EUA/Nato, dizem que é “Ucrânia”, e até tem hino, que cantam.
6 – Como será com a Escócia, Irlanda do Norte, Bósnia, Kosovo, Catalunha, etc.?
7 – E se o estado-nação designado por “Portugal”, que os Galécios-Portucalenses em 1138/1143 invadiram e colonizaram aos Lusitanos (que habitavam este território há mais de 3 mil anos, com a capital em Mérida, e estendendo-se de Viseu ao Algarve), e conquistaram aos muçulmanos, for absorvido pela “União Europeia”, estas identidades não ressurgirão novamente? Para os Lusitanos, D.Afonso Henriques não é um estrangeiro, filho de D.Teresa (amante do galego Fernão Peres de Trava) e do francês-borgonhês, D.Henrique?
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De SAP3i a 07.06.2022 às 10:29

Manifesto a Favor da Parcialidade:
1 – “Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES” (Jorge Santos)
2 – Parcialidades? … "A única forma de resolver a dificuldade é, creio, «introduzir conscientemente um ponto-de-vista preconcebido». O historicismo confundiu erradamente «interpretações» com «teorias». É possível, por exemplo, interpretar a História como a «história da luta de classes», ou como a «história da luta pela supremacia», ou como a «história da luta pelo progresso científico e industrial». Todos estes pontos-de-vista são mais ou menos interessantes, e perfeitamente plausíveis. Mas os historicistas não os apresentam como tal; não aceitam que existem necessariamente uma pluralidade de interpretações equivalentes (mesmo que algumas delas possam ser mais interessantes do que outras devido à sua fertilidade; este aspecto é muito importante, por não ser por causa dessa maior ou menor fertilidade que deixam de existir e serem possíveis). Em vez disso, apresentam-nas como doutrinas ou teorias, afirmando que toda a História, por exemplo, é a «história da luta de classes», ou da «luta pela supremacia história”, ou do «progresso científico e industrial», etc.. Os historiadores clássicos que se opõem, com razão, a este processo, acabam por cair noutro erro, pois, nesse desejo de serem «objetivos e imparciais» e de evitarem qualquer ponto-de-vista seletivo, como isso é impossível, acabam por adoptar também pontos-de-vista sem se aperceberem de que o estão a fazer." (Karl Popper, 1956, “A miséria do Historicismo”, in Paul Veyne “Como se escreve a História”, col. Points, Seuil, Paris, pp.148-150)

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