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Emitamos, sem medo, a nossa opinião. Como a imparcialidade é um mito, confessemos as nossas PARCIALIDADES.
Tolerância zero relativamente à corrupção, diz Ana Gomes a um canal televisivo. Bem prega Frei Tomás...
Não acredito. Nada tenho contra (ou a favor ) de Ana Gomes, mas não acredito que a maioria, sim, a maioria, dos que hoje estão na política, desde as autarquias até aos corredores do alto poder, estejam por ideologia, convicção e dispostos a abdicar de benesses. E é isso que cria a corrupção.
Não acredito nos políticos, de uma forma geral. Sei que os há sérios, leais, competentes e com interesses comunitários. Mas são poucos, muito poucos. E alguns deles, fartos de remar contra a maré, afastam-se, outros, por serem um "embaraço", são afastadas e, finalmente, restam aqueles que optam por entrar no jogo, esquecer ideologias e integrarem o rol imenso dos trafulhas.
Veja-se a "habilidade" das moradas, usadas por alguns deputados para somarem mais mil euritos ao salário...
E notemos também a altura em que o PS decidiu "pôr a boca no trombone" e desdizer o que disse há anos, a propósito de Sócrates. Agora, porquê? Por que não daqui por seis meses ou um ano? Percebe-se, não é verdade? Daqui a um ano há eleições e é preciso tapar todo este incómodo. Para quem não se deixa enganar, estão a tapar o "sol com a peneira"; mais uma vez, a fazerem de nós parvos. Mas há já quem não embarque nessa estação. E quem embarque sempre, infelizmente...
Pois é, o Carlos César, o Galamba,o Santos Silva, o Costa, quais paladinos da transparência, vão dando uma no cravo outra na ferradura. Falsos, falsos, falsos. Pelo poder até vendem as mães!
De Sócrates já nem vale a pena falar. De Pinho, um burgesso oportunista. São socialistas? Não! São do PS, que é muito diferente. E podiam ser de outro partido qualquer; seriam do que lhe permitisse ter o poder e o dinheiro E usálos a seu bel-prazer. Teriam os PS´s o mesmo discurso se Sócrates e Pinho fossem de outro partido? É claro que não...mas os socialistas teriam.
E, caro Alegre, bom poeta, deixe abrir a Caixa de Pandora. Deixe sair tudo, tudo, tudo. Importante é a transparência e a defesa dos interesses do país. Os ladrões, vigaristas, oportunistas, tenham a profissão que tiverem e ostentem na lapela o emblema político que ostentarem, devem ser investigados, julgados e, se culpados, punidos.O Estado de Direito tem defuncionar!
A mim, a política não me seduz. E creio que os portugueses estão cada vez mais afastados. Propositadamente, os partidos políticos engendram maneira de manter os cidadãos anestesiados e afastados. O importante, para eles, é que alguns vão votar. Alguns. O que é suficiente para lhes garantir a manutenção do emprego!
Não, não sou contra uma sociedade sem partidos! Sou pela democracia e sei da importância que essas organizações têm para a garantir. O problema é que os de Portugal ( e não só!), partidos, claro, tornaram-se máquinas produtoras de corruptos. Essa avaria nos "filtros" tornam-nos perigosos.
Não é por acaso que essas gigantescas máquinas montaram um sistema que não permite às organizações independentes de cidadãos concorrer às legislativas. Só o podem fazer partidos políticos. E não é fácil recolher cerca de 10 mil assinaturas para criar um partido! E para quê? Pergunto eu? Só sob essa capa é que os cidadãos são capazes de unir-se e elaborar projectos?
A Constituição deveria permitir e potencializar Cidadania. Essencial que fossem os cidadãos livres das amarras partidárias a gerir o país. E com mandatos de 6 anos ( no máximo), e pronto. A seguir viriam outros.
Portugal não precisa de políticos, Portugal precisa de Cidadãos.
Os governos não precisam de políticos de carreira, mas de portugueses livres com projectos bem delineados para desenvolver.
E já se pode concluir, se dúvidas houvesse!, que os partidos e os deputados não são livres. Estão presos a poderes económicos ferozes. A teias de interesses com tiques mafiosos. Esta teia só pode ser destruída por Cidadãos livres, sérios, competentes e leais.
E apetece-me perguntar: os que comeram à mesa com Sócrates e Pinho ( vejam quem eram eles), não sabiam das maroscas? Duvido. E se fossem sérios, afastavam-se e denunciavam.
Não o fizeram. São cúmplices. Ponto.
Pedir aumento do salário mínimo é demagogia!
Pedir abaixamento dos gastos dos políticos é populismo!
Pedir investimentos nas áreas da saúde pública, educação pública e segurança é desproporcional ao rendimento.
Reformas e Pensões, são uma dor de cabeça. Qualquer dia, só aos 80 anos!
Enfim, vendem-nos a ideia de que, tudo o que é cuidar dos cidadãos, dos mais desfavorecidos e do que deveria pertencer a todos nós, tem que crescer, se crescer, aos bocadinhos. Vendem! Há quem compre! Eu não! Prefiro ser apelidado de popolista e demagogo - porque sei que é mentira - do que pertencer à elite de salafrários que colocaram o investimento social na gaveta, deitando fora a chave.
Ora digam-me lá se há alguma dificuldade em pagar a Mexias, Bavas e outros gestores de "qualidade superior", decididamente muito bons a gastar ( qual gerir!) dinheiro que não é deles. É nosso! Até atribuem medalhas a esses iluminados que destroem passo-a-passo a economia de Portugal.
Custou muito investir o dinheiro público no ex-BES e na CGD? Apareceram milhões num estalar de dedos.
Houve ou não houve dinheiro para o Manuel Pinho? Parece quem sim. Que drama para consegui-lo !
Gasta-se desmesuradamente em empreendimentos para lá colocar empresas públicas, constroí-se, indemniza-se e desconstrói-se o que fora construído. Não falta dinheiro para tal.
Para os políticos e gestores públicos, paga-se, reforma-se, atribuem-se pensões vitalícias. Dão-se benesses extraordinárias aos ex presidentes da República, que deviam envergonhar os mais empedernidos republicanos. Mas não há problema, o dinheiro nasce...cresce...reproduz-se e ...não morre.
De repente surgem escândalos na ADSE, Montepio, BCP, CTT, etc....e ninguém é responsável. Afinal, que andaram a fazer os ministros e aqueles a quem cabia monotorizar estes serviços? E dinheiro desviado aos milhões...que existia.
É a corrupção diversa a envolver gente que devia dar o exemplo que ensombra diariamente as notícias. Acaba por ser, já, algo de normal neste país devassado por corruptos.
Não falta dinheiro para tudo isto.
Mas, para a saúde pública ( centros de saúde, hospitais, apoios), há sempre poucochinho e atribuído de má vontade.
Tal como para a segurança pública, escolas, funcionários, salários mínimos. Para já nao falar em Pensões e Reformas. Nestas, é chocante o que se passa. Não é dinheiro de impostos, mas que pertence aos cidadãos. O estado não deveria tratá-lo como se fosse seu. Afinal, quem mais precisa, vive apertado o mês inteiro, o ano inteiro, a vida inteira. Emprestou parte do salário ao estado e tramou-se.
Não se justifica haver falta de médicos, de enfermeiros, de professores, de polícias. Nem de infraestruturas onde possam servir o público.
Tal como não se justifica vender a privados os CTT e a EDP. E os combóios e tudo o que mexe e dá lucro. Venderam, apoiam e suprem, quando necessário. Uma promiscuidade abjecta, como a das PPP's.
Mas nunca falta dinheiro.
Só para o essencial é que falta. Mas isso é um pormenor insignificante para os políticos de carreira.
E como a Cidadania ficou destruída devido à foma como os partidos políticos agiram em 1975/1976, o povo cala, come e ainda apoia quem lhe rouba o dinheiro.
O Estado de Direito é essencial na democracia. Sem dúvida. Mas só se nota quando é o povo a cometer os crimes. Qiando são as elites encartadas, primeiros ministros, ministros da defesa, outros ministros, banqueiros e afins, parece que não existe. Há atenuantes até dizer chega,e esses sem-vergonha passeiam-se pela comunicação social com um desplante que irrita.
Porque da parte do "status quo" dos partidos caseiros já não me livro dos chavões "demagogia" e "populismo", vou mais longe e não me canso de afirmar que os países da Europa do Sul precisam de mudar, rapidamente, de rumo. E, se possível, mandar embarcar os políticos e banqueiros desta europa comunitária de padrinhos, num dos foguetões do Trump, rumo a Saturno, Urano, Neptuno ou Plutão. Adeus e até nunca mais...
Jorge Santos
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